24/07/2015 - 19:00
Para a maioria dos profissionais do mercado de tecnologia, uma vaga executiva no Facebook é considerada um sonho. E ninguém pensaria duas vezes para topar entrar para o time de Mark Zuckerberg, o fundador da maior rede social do mundo. Uma exceção à essa regra é Randi Zuckerberg. O sobrenome não é uma coincidência. A morena bonita da foto ao lado vem a ser irmã do fundador da rede social, que conta com 1,3 bilhão de usuários, pouco menos do que o número de habitantes da China, o país mais populoso do mundo. “Eu recusei não uma, mas dezenas de convites do Mark”, afirmou Randi.
“Quem quer trabalhar para o irmão?” A bem da verdade, quando Randi recebeu e ignorou a dezena de convites, o Facebook era apenas uma promessa, presente em algumas faculdades americanas, mas que já apresentava uma curva de crescimento animadora. “Gostaria dizer que, de primeira, vi que o Facebook seria uma grande empresa, mas estaria mentindo. Tinha minhas dúvidas”, afirmou a irmã do fundador da rede social. Não apenas isso a fez refugar as propostas de se juntar ao projeto. “E Mark também só queria alguém que trabalhasse de graça”, completou, em tom de brincadeira.
Aos 33 anos de idade, Randi é dois anos mais velha que o irmão. Quando foi chamada para o Facebook, já havia se formado no curso de marketing da universidade americana Harvard, onde Mark também estudava, sem chegar a se formar. Uma conquista que ela faz questão de ostentar, sempre bem humorada. “Gosto de dizer que me formei em Harvard, especialmente porque tenho um parente que não conseguiu tal feito. Um a zero para Randi.” Seu sonho nunca foi trabalhar com tecnologia. Ela queria ser cantora de ópera. Tanto que sua primeira opção de curso para a famosa instituição de ensino superior, localizada em Cambridge, no Estado americano de Massachusetts, era música, mas não conseguiu atender os requisitos.
Teve de se contentar com marketing. Já formada, Randi trabalhava como integrante da equipe digital da filial nova- iorquina do grupo de publicidade britânico Ogilvy & Mather. Ficou lá até, finalmente, tomar a decisão de aceitar a mudança para o Vale do Silício, para trabalhar na startup do irmão. “Na verdade, o que me fez bater o martelo, foi que ele me prometeu pagar a passagem de avião”, diz. “Na classe econômica.” Randi assumiu o cargo de diretora de marketing do Facebook, em 2006. À época, eram 12 milhões de usuários dentro da plataforma e o acesso era restrito.
Os primeiros passos do Facebook foram dados em Harvard, espraiando-se mais tarde para o campus de outras universidades. Apenas os alunos daquelas instituições podiam se registrar. “Esse foi um dos segredos para nosso sucesso. Éramos exclusivos”, disse. “Quem podia ter o Facebook se sentia especial. Quem não tinha, nos enviava cartas para que disponibilizássemos o serviço para suas universidades. Era um objeto de desejo.” Em 2011, quando o Facebook já contabilizava 845 milhões de usuários, Randi deixou a rede social para abrir sua própria empresa. Ela criou a Zuckerberg Media, que define como uma “pequena boutique de marketing digital e conteúdo”. E, apesar de tocar no assunto sempre com bom humor, Randi quer deixar os dias de Facebook para trás.
Tanto que ela evita ao máximo acompanhar e falar sobre a empresa do irmão, que levantou US$ 16 bilhões em seu IPO, em 2012, e faturou US$ 12,5 bilhões, no ano passado. Mas, mesmo casada e mãe de dois filhos, ela ainda vive bastante próxima do Vale do Silício, área de concentração de empreendedores digitais que aprendeu a admirar. “Gosto de estar perto dessa inovação constante”, afirma Randi, que se recorda com alguma nostalgia dos pioneiros tempos, em que via os engenheiros do Facebook varando noites, absorvidos pela criação de códigos. “Acho que nunca vi eles comerem algo que não fosse fast food com Redbull”, diz. “ Existe uma realidade melhor que essa?”