A Vale, maior mineradora do país, informou na terça-feira (19) que produziu 74,1 milhões de toneladas de minério de ferro no 2º trimestre. O número representa uma queda de 1,2% na comparação com o mesmo período de 2021. A mineradora também reduziu sua projeção (guidance) de produção de minério de ferro para um máximo de 320 milhões de toneladas, abaixo do máximo anterior, que era de 335 milhões. Segundo o analista André Vidal, da XP Investimentos, a prévia ficou 4% abaixo dos 77 milhões de toneladas esperados pelo mercado. Em seu relatório, Vidal afirmou que a produção foi prejudicada por restrições na cadeia de suprimentos, por menor disponibilidade de minério lavrado e pela venda das operações do sistema Centro-Oeste para a J&F. “Os resultados foram ligeiramente negativos, mas continuamos otimistas com o preço do minério de ferro e para a geração de caixa da Vale”, escreveu Vidal em seu relatório. O especialista manteve a recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 97,10 ­— 32,25% acima do fechamento de terça-feira (19).

CONSTRUÇÃO
Projeções fracas de Tenda e Eztec

Duas das principais incorporadoras do pregão divulgaram prévias fracas para os resultados do segundo trimestre. A Tenda informou na segunda-feira (18) que o Valor Geral de Vendas (VGV) somou R$ 558,4 milhões, queda de 34,9% em relação ao mesmo período de 2021. Já a Eztec afirmou na sexta-feira (15) que o VGV chegou a R$ 229 milhões, recuo de 19,9% na comparação com o ano passado. Para a Genial Investimentos, os números foram ruins. “A Tenda ainda deu uma boa notícia com um crescimento de 9% dos preços”, disseram os analistas. No entanto, eles afirmaram que esse avanço pode reduzir as vendas e elevar o endividamento da companhia. Por isso, os analistas seguem com uma recomendação neutra para as ações das duas empresas.

INDÚSTRIA
Financeiro afeta resultado da Romi

O lucro da Indústrias Romi, que produz máquinas e ferramentas, caiu para R$ 33 milhões no segundo trimestre, baixa de 22,9% ante 2021, informou a empresa na terça-feira (19). A baixa ocorreu pelo resultado financeiro negativo de R$ 2,2 milhões. O Ebitda, que mede o resultado operacional, somou R$ 52,5 milhões, queda de 21%. A receita operacional líquida somou R$ 372 milhões, alta de 28,2%. No ano até terça-feira (19), as ações da Romi acumulam queda de 30,3%.

DESTAQUE DO PREGÃO
CVC: ação decola com volta de viagens

Divulgação

A empresa de turismo CVC divulgou, na terça-feira (19), um crescimento expressivo no número de reservas de passagens confirmadas para o mês de maio. Os pedidos somaram R$ 1,4 bilhão, maior número mensal desde janeiro de 2020. Apenas as
vendas do bimestre abril e maio representam uma alta de 152% na comparação com todo o 2° trimestre de 2021. “O crescimento deve-se, principalmente, à retomada da demanda por viagens de turismo e à volta dos eventos corporativos”, disse a CVC. Na quarta-feira (20), a ação chegou a subir 8,7% para fechar com uma valorização de 7,2%. Para o sócio da Nexgen Capital Luiz Corrêa os números da CVC foram positivos. “Como abril e maio não são meses de férias, o mercado ficou animado com uma possível melhora nas viagens de fim de ano”, disse Corrêa. Apesar da alta, no ano as ações amargam uma queda de 47,7%.

BENS DE CAPITAL
WEG fatura 25% mais ve lucra 19% menos

A WEG, companhia de motores e bens de capital, informou na quarta-feira (20) que lucrou R$ 912,9 milhões no segundo trimestre. O número representa uma queda de 19,5% na comparação com o mesmo período de 2021. A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 1,256 bilhão, recuo de 9,8%. A receita operacional líquida somou R$ 7,18 bilhões, avanço de 25%. Para o analista da Levante Investimentos Flávio Conde, os números vieram mistos, visto que a receita cresceu, mas houve uma queda 27,4% na margem bruta por causa do aumento de custos. “A ação não está barata, já que seus múltiplos de preço continuam altos”, disse. No dia da divulgação dos resultados, os papéis da Weg chegaram a cair 4,33%.