24/07/2020 - 9:00
A semana foi marcada por avanços na busca por uma vacina que combata o coronavírus com eficência. Na segunda-feira (20), a Universidade de Oxford, na Inglaterra, anunciou importantes evoluções em seus trabalhos, feitos em parceria com a empresa AstraZeneca. Pesquisadores afirmaram que a vacina “é segura e induziu resposta imune”. A notícia animou investidores de todo o mundo, fazendo as bolsas terem dias de alta. A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, reagiu com bem menos entusiasmo. Michael Ryan, diretor de Emergências da OMS, valorizou o que chamou de “resultados positivos” dos cientistas de Oxford, mas manteve a cautela. “Ainda há um longo caminho a percorrer. Agora, precisamos avançar para testes em larga escala no mundo real”, disse Ryan. Atualmente, há mais de 130 vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento no planeta, sendo que a de Oxford é a mais avançada. Na quarta-feira (22), a OMS afirmou que, mesmo em fases adiantadas, as vacinas só devem estar prontas para aplicação em 2021. Confira mais informações:
Ministério gasta menos de 30% da verba de combate à Covid-19
Na semana em que o Brasil ultrapassou a casa dos 83 mil mortos pelo coronavírus e de 2,2 milhões de infectados, o Tribunal de Contas da União (TCU) revelou um dado que torna o cenário ainda mais preocupante. De acordo com auditoria do TCU, o Ministério da Saúde aplicou apenas 29% da verba emergencial anunciada pelo governo federal para combater a Covid-19. De um total de quase R$ 39 bilhões que deveriam ter sido gastos, só foram investidos cerca de R$ 11,4 bilhões. A avaliação dos técnicos do TCU é de que os repasses federais aos estados e municípios do País e as próprias despesas do ministério em virtude da pandemia estão muito abaixo do que foi prometido pelo governo. O fato levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir inquérito para investigar essa lentidão no trabalho do Ministério da Saúde e suposta omissão no socorro financeiro a estados e municípios.
Petrobras encerra sua participação na TAG
Na segunda-feira (20), a Engie Brasil informou que comprou, em parceria com a GDF International e o Caisse du Québec, a participação acionária de 10% que a Petrobras tinha na Transportadora Associada de Gás (TAG). A fatia equivale a R$ 1 bilhão e o negócio foi realizado de maneira proporcional à participação de cada companhia na TAG. Com a venda, a Petrobras deixou de ser acionista da empresa. No ano passado, a petrolífera estatal já havia vendido 90% da TAG, por R$ 35 bilhões.
União Europeia chega a acordo sobre plano de recuperação da pandemia
Depois de quase cinco dias de muito debate, costuras e discussões acaloradas, líderes da União Europeia (UE) chegaram, na madrugada da terça-feira (21), a um acordo sobre um plano de estímulo para as economias do bloco afetadas pela pandemia de coronavírus. A crise econômica causada pela Covid-19 mergulhou a Europa na sua maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Pelo acordo, o bloco formado por 27 países pode tomar emprestados 750 bilhões de euros. O presidente da cúpula, o belga Charles Michel, disse que o acordo representa um “momento determinante” para o continente. Já o presidente da França, Emmanuel Macron, um dos maiores defensores do pacto, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, referiu-se ao documento como algo “verdadeiramente histórico”. Essa história, porém, ainda não tem garantia de final feliz. Agora, o plano será submetido à aprovação do Parlamento Europeu, etapa que os especialistas consideram complicada, e ainda precisa ser ratificado por todas as nações da União Euroepeia. Pelo andar da carruagem, é pouco provável que esse dinheiro todo seja liberado antes do segundo trimestre do ano que vem.
Fundador da Qualicorp é preso em operação que investiga campanha de José Serra
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Eleitoral (MPE) de São Paulo realizaram, na terça-feira (21), a operação Paralelo. Trata-se da terceira fase da Lava Jato junto à Justiça Eleitoral e investiga a suspeita de caixa 2 na campanha de 2014 do ex-governador paulista José Serra (PSDB), que o elegeu ao cargo de senador, que ocupa atualmente. A suspeita é de que a campanha de Serra tenha recebido R$ 5 milhões em doações não contabilizadas. Acusado de ser o doador dessa contribuição ilegal, o empresário José Serpieri Júnior, sócio e fundador da Qualicorp, foi preso na manhã da própria terça-feira. Em consequência desse fato, no mesmo dia, as ações da companhia sofreram desvalorização de quase 6,5%. Em comunicado à imprensa, o MPE afirmou que o caso trata de “doações eleitorais não contabilizadas, repassadas por meio de operações financeiras e societárias simuladas, visando ocultar a origem ilícita dos valores recebidos”.
China volta a comprar carne da Agra
A Agra Agroindustrial recebeu a autorização do governo chinês para retomar as exportações de carne bovina para o país, segundo comunicado da companhia divulgado na segunda-feira (20). O gigante asiático havia interrompido as compras da empresa em virtude da crise do coronavírus no Brasil. Em nota, a Agra informou que possui apenas “uma planta habilitada para a China e devido à Covid-19 houve um mau entendimento e fomos suspensos”. O comunicado destaca, ainda, que a companhia vende seus produtos aos chineses há quase um ano e só agora enfrentou esse tipo de bloqueio. A unidade da Agra que foi barrada, em junho, pelo governo chinês fica na cidade de Rondonópolis, no Mato Grosso. Atualmente, ainda há cinco frigoríficos brasileiros embargados pela China: um da Marfrig, um da Global Foods, um da JBS, um da BRF e um da Minuano.
