Quando, em 2010, o CEO global da Unilever, Paul Polman, anunciou seu ambicioso Plano de Sustentabilidade, carro chefe da multinacional anglo-holandesa no bloco do movimento batizado de Capitalismo Consciente, muita gente duvidou. Afinal, uma coisa é um negócio de um punhado de milhões de dólares de faturamento, com número reduzido de funcionários e atuação restrita a um grupo de cidades se mover nessa direção.

Outra é um gigante com tentáculos espalhados por 190 países e dono de marcas que geram € 48,4 bilhões em vendas, anualmente. Mais desafiante, ainda, foi a decisão de Polman de fazer da sustentabilidade o principal motor do crescimento acelerado da companhia. Até agora, a história vem dando razão ao executivo. A Unilever não apenas se mostrou uma militante aplicada da causa sustentável, como também se manteve entre as mais lucrativas do setor.

Nesse campo, a subsidiária brasileira vem dando uma contribuição expressiva. No período 2008-2014 as receitas no País cresceram 60%, passando de R$ 10,3 bilhões para R$ 16,7 bilhões, enquanto o consumo de água foi reduzido em 36%. Ao mesmo tempo, a Unilever conseguiu transformar em Aterro Zero suas 15 fábricas e centros de distribuição.

Ou seja, todos os resíduos sólidos que entram na empresa são usados na produção e posteriormente enviados à reciclagem ou reincorporados ao processo produtivo. E qual foi a fórmula para atingir este patamar? “Trouxemos a sustentabilidade para o coração de nosso modelo de negócio, adicionando-a à criação das marcas e ao processo de inovação”, afirma Fernando Fernandez, presidente da Unilever Brasil.

Apesar dos números vistosos sob qualquer ângulo que se examine, a empresa anglo-holandesa não está livre de grandes desafios em seu processo de conversão verde. Afinal, em um segmento disputadíssimo e pulverizado como o de higiene, limpeza e alimentos as decisões de consumo, muitas vezes, acabam sendo guiadas pelo preço de venda de cada produto.

Para se manter no topo, Fernandez vem usando a amplitude do portfólio da Unilever em seu favor. A lista inclui desde produtos premium, direcionados aos consumidores que aceitam pagar um adicional por seus atributos, a até mesmo marcas de combate. “Nossa maior vantagem competitiva está em um portfólio construído ao longo de 87 anos”, diz. “E que a cada ano se torna mais sustentável.”


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• Tetra Pak
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• Kimbely-Clark
• Prumo Logística
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• Petrobras
• Cedro

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