23/01/2013 - 21:00
A combinação de desemprego em queda e renda em alta é boa para a atividade econômica, mas está cobrando seu preço no bolso dos consumidores. O setor de serviços continua inflacionado e os alimentos sobem ao sabor das chuvas. Na quarta-feira 16, o Banco Central deixou clara a sua preocupação ao divulgar o resultado da primeira reunião do ano do Copom, que manteve a Selic em 7,25% ao ano. Economistas estimam um IPCA de 5,53% neste ano, acima do centro da meta de 4,5%. O quadro pode piorar se vier o reajuste na gasolina, ainda sem data marcada.
Forças aliadas: o prefeito Haddad e o ex-presidente Lula debatem parcerias com o governo federal
Por outro lado, a artilharia contra a inflação ganhou o reforço da redução de 20% na conta de energia elétrica, a partir de fevereiro, que teria um efeito de 0,50 ponto percentual na inflação anual, segundo o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito. Na briga para manter o número dentro do controle, entrou inclusive um pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, aos prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, e do Rio, Eduardo Paes, para que adiem o reajuste na passagem de ônibus. Num sinal de alinhamento com o governo federal, Haddad mudou o aumento para junho.
“Todos os reajustes acontecem no mesmo mês, afetando as expectativas do mercado sobre a inflação”, disse o petista. A discussão sobre possíveis parcerias com a União, aliás, foi o tema da reunião de Haddad com o ex-presidente Lula, na quarta-feira 16, em seu gabinete. Até mesmo a oposição está sendo chamada a colaborar. Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, vai decidir se posterga o reajuste na tarifa do metrô, previsto para fevereiro. Na guerra das expectativas inflacionárias, evitar que os preços subam demais no primeiro trimestre é fundamental para afastar o contágio do pessimismo nos trimestres seguintes.