20/11/2015 - 17:00
Da mesma forma que os macacos que admiram um estranho e misterioso monolito, no filme 2001, uma odisseia no espaço, do cineasta americano Stanley Kubrick, se um astronauta chegasse a uma Terra devastada e encontrasse um computador antigo ao lado de um telefone celular, mal saberia que estaria observando duas tecnologias que mudaram radicalmente a forma como os humanos se relacionavam, compravam e se comunicavam. “Eu não temo os computadores. Eu temo a ausência deles”, escreveu Isaac Asimov, escritor americano de ficção científica, nascido na Rússia.
A frase nunca soou tão verdadeira como nos dias de hoje. Sozinhos, o computador pessoal e o telefone celular representaram avanços nunca antes imaginados. Mas conjugados com a internet, eles revolucionaram os negócios e as relações pessoais. Empresas bilionárias surgiram a partir da união dessas três tecnologias criadas nas décadas de 1960, 1970 e 1980, mas que ganharam fôlego nos últimos 18 anos. Você poderia imaginar o Google e o Facebook, que valem US$ 500 bilhões e US$ 300 bilhões, respectivamente, sem elas? Na verdade, eles sequer existiriam.
Assim como o Google e o Facebook, diversos negócios proliferaram a partir do computador, do celular (agora transformado em um smartphone) e da internet. O trio tecnológico passou a ser onipressente na vida das pessoas. Tome como exemplo o WhatsApp, um aplicativo de mensagens comprado pelo Facebook por US$ 22 bilhões, em 2014. Hoje, ele desafia poderosas empresas de telefonia, que estão ameaçadas pelo recurso de chamadas. E o Waze, um software israelense que foi parar nas mãos do Google pela bagatela de US$ 1 bilhão, em 2013.
Em pouco tempo, ele deixou obsoleta qualquer solução inventada até agora para fugir do trânsito caótico das grandes metrópoles mundiais. “Muitas empresas não têm êxito ao longo do tempo. Mas o que elas fazem de errado? Eles costumam perder o futuro”, disse, certa vez, Larry Page, um dos fundadores do Google. Mesmo negócios tradicionais, baseado em tijolos e argamassa, tiveram que se adaptar aos novos tempos, como mostrou a DINHEIRO nos últimos 18 anos. O Walmart, maior cadeia de supermercados do mundo, teve que se reinventar para competir com a varejista online Amazon, do empresário Jeff Bezos. As principais montadoras globais correm para fornecer serviços capazes de concorrer com o Uber, um aplicativo de transporte que vale US$ 51 bilhões, na startup mais valiosa do mundo.
A Marriot pagou US$ 12,2 bilhões para comprar a Starwood Hotels & Resort Worldwide (leia matéria aqui). Com isso, criou um gigante com um milhão de acomodações. Esse número, no entanto, é metade do que oferece globalmente o Airbnb, mesmo sem ser dono de um único quarto – os proprietários são pessoas comuns, que usam essa plataforma para ganhar um dinheiro extra. O Airbnb é avaliado em US$ 25 bilhões. E, ao que tudo indica, essa odisseia tecnológica está apenas no começo.
—-
Confira as demais matérias do Especial: 18 anos da Dinheiro:
- O espelho da produção
- Os negócios mais marcantes da Dinheiro
- O país das oportunidades
- Desatando o nó do crescimento
- 18 tecnologias que estão mudando o mundo
- O que pensam os jovens de 18 anos?