Grandes lideranças empresariais e políticas se reuniram em São Paulo, na noite do dia 22 de setembro, para homenagear as empresas que mais se destacaram em 2015. O otimismo, sem euforia, marcou o clima na cerimônia de entrega da 13ª edição do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO 2016, iniciativa da Editora Três que, desde 2004, destaca as jornadas mais vitoriosas da gestão privada no País. “Há doze anos que muitos de nós nos reunimos aqui nas ‘Melhores da Dinheiro’, os senhores nos emprestando prestígio com suas presenças, como premiados e amigos da casa, e nós prestando o justo reconhecimento aos seus trabalhos para suas empresas e, principalmente, para o Brasil”, afirmou Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três.

Demonstrando confiança no futuro, Alzugaray ressaltou a importância do empresariado para o País e cobrou do governo a realização de reformas econômicas que possam alavancar o crescimento e elevar a produtividade das companhias. “Esperamos reformas profundas, reformas estas já realizadas por muitos empresários.” Foram premiadas 23 campeãs setoriais, além de seis companhias que tiveram as melhores práticas de gestão financeira, governança corporativa, responsabilidade social, recursos humanos e inovação e qualidade.

O Itaú Unibanco, que em 2015 teve um lucro recorde de R$ 23,4 bilhões, foi eleito a Empresa do Ano. Roberto Setubal, presidente executivo do banco, recebeu o prêmio das mãos de Alzugaray e falou sobre a importância de se controlar os gastos públicos. “Tivemos um ano difícil em 2015 e 2016 não está sendo fácil. Mas eu acredito que, se aprovarmos a medida que limita os gastos do governo, voltaremos a crescer”, disse. O tema também foi levantado pelo ministro da Fazenda, Henri-que Meirelles, que estava em Nova York em road show com investidores e enviou um vídeo especialmente gravado para o evento.

“Quero cumprimentar as empresas que enfrentaram essa crise com criatividade, vigor, trabalho duro e empenho”, afirmou. “Reduzindo a dívida pública, vamos gerar mais recursos para a sociedade, confiança e crescimento. Aí teremos mais empresas performando.” O ministro Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, exaltou em seu discurso as medidas que estão sendo tomadas para o controle da inflação e a volta do crescimento. Ele destacou que há uma janela de oportunidade se abrindo para o País. “Estamos diante de um interregno benigno para economias emergentes.

Esse cenário oferece simultaneamente condições favoráveis de financiamento a essas economias e alguma recuperação da atividade global”, disse Goldfajn. “Não é provável que esse ambiente favorável dure muito tempo. As economias emergentes devem aproveitar essa janela de oportunidades para reformar e ajustar suas economias.” Para Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, é urgente aumentar a competitividade da indústria nacional. “Não é aceitável que a nona maior economia do mundo ocupe apenas a 25ª posição entre os países que mais exportam”, disse Pereira.

As empresas homenageadas representam o que há de melhor em termos de desempenho na economia. As dez maiores companhias do ranking AS MELHORES DA DINHEIRO 2016 apresentaram uma taxa média de crescimento de 10,6% no ano passado. No mesmo período, o PIB brasileiro caiu 3,8%. Apesar de estarem superando a crise, seus líderes também consideram urgente a realização de reformas. Perguntado sobre qual conselho daria ao presidente Michel Temer se tivesse um minuto para conversar com ele, Fernando Musa, presidente da Braskem, afirmou que pediria “para focar na eficiência da gestão por parte do governo”.

“Ele tem investido na estruturação de uma equipe qualificada. Agora, é dar tempo para essa equipe endereçar os problemas macro e microeconômicos”, disse o executivo. Para Márcio Utsch, presidente da Alpargatas, o mais importante é a estabilidade. “A gente não pode viver entre trancos e barrancos”, afirmou Utsch. “Precisamos de uma linha de crescimento sustentável. Acabar com o déficit público é a principal variável para isso.” A julgar pelos resultados de suas empresas, eles sabem do que estão falando.

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