Aterceira geração da família fundadora do Laticínio Gonçalves Salles não esconde seu conservadorismo. Dona da marca Aviação, foi preciso dois anos de pesquisa, cerca de R$ 500 mil de investimento e 93 anos de história para os herdeiros decidirem promover uma mudança na embalagem da famosa manteiga. Mesmo assim, a mexida foi cirúrgica. O pote de 500 gramas foi reduzido para 200 gramas e o sistema de abertura ficou mais prático. O processo aconteceu há quase dois anos e, agora, a empresa se prepara para a maior mudança de sua história quase centenária.

No próximo ano, o Gonçalves Salles, tricampeão setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET, dará início à construção de uma nova fábrica. A unidade estará localizada na mesma cidade de sua sede atual, em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais. Nos últimos 15 meses, o projeto original foi totalmente modificado. Anteriormente, a expectativa era aumentar em 50% a produção atual de 700 toneladas por mês de manteiga (o carro-chefe da empresa) e investir R$ 25 milhões. Depois de algumas revisões, foi decidido mudar toda a concepção. A ideia é alçar os negócios para outro patamar. “Vamos investir R$ 50 milhões e triplicar toda a nossa produção”, diz o vice-presidente Roberto Rezende Pimenta Filho.

A expansão da capacidade de produção vai incrementar os planos de diversificação de negócios. O Gonçalves Salles quer fazer da marca Aviação a preferida do café da manhã do brasileiro. Para isso, ao lado da produção de manteiga, queijos, requeijão e doce de leite, eles deram início à venda de café. Os herdeiros têm fazendas produtoras, na região Mogiana, há mais de 100 anos. Mas os grãos eram exportados in natura. Desde o ano passado, porém, a decisão foi agregar valor à marca e passar a torrar e moer para vender no Brasil. “Manteiga e café são complementares”, diz o vice-presidente. “Estamos pensando em aumentar esse negócio, com sucos e geleias.”

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