Mais do que um encontro entre empresários e altos executivos, como tantos, um evento pioneiro promoveu na quinta-feira 23, em São Paulo, um encontro de consciências e objetivos comuns por um mundo melhor. Um grupo expressivo de representantes de grandes, médias e pequenas empresas celebrou o capitalismo consciente na primeira edição do Prêmio IstoÉ As Empresas Mais Conscientes do Brasil, que recebeu inscrições de mais de 150 companhias de todo o País. “A Editora Três tem orgulho de ser a primeira dentro de um grande grupo de comunicação a ter jogado luz sobre as questões sustentáveis”, afirma Caco Alzugaray, presidente-executivo da Editora Três.

“As práticas de capitalismo consciente estão se tornando muito relevantes no mundo e começam a ganhar força também no Brasil.” A grande vencedora da noite foi a gigante anglo-holandesa dos bens de consumo Unilever, eleita A Empresa Mais Consciente do Brasil. A companhia também foi a campeã na categoria Grandes Empresas. Outras duas grandes vencedoras foram a construtora NewInc, de Goiânia, primeira colocada na categoria Médias Empresas, e a Feitiços Aromáticos, primeira dentre as Pequenas Empresas. “O capitalismo consciente é uma tendência que ganhará protagonismo no mundo dos negócios nos próximos anos”, diz Fernando Fernandez, presidente da Unilever no Brasil.

A empresa definiu, há cinco anos, que até 2020 dobraria o tamanho do seu faturamento, ao mesmo tempo que cortaria pela metade o uso de recursos naturais. “O Brasil terá grande importância nisso porque é a segunda maior operação da Unilever no mundo”, afirma. Um dos compromissos da empresa, por exemplo, é certificar 100% dos seus fornecedores para a linha de alimentos de forma que eles respeitem práticas sustentáveis. Isso já acontece para as matérias-primas de açúcar e óleo de palma, no Brasil. Assim como o presidente da Unilever, os demais premiados ficaram empolgados com o prêmio, um reconhecimento aos negócios que têm um propósito além da necessária geração de lucro.

“Esse tipo de premiação nos fortifica e nos mostra que estamos inovando no caminho certo”, diz Cláudio de Carvalho, presidente da NewInc. A sua empresa se dedica a trazer para condomínios populares recursos e preocupações ambientais normalmente disponíveis apenas para empreendimentos considerados de alto padrão, como academia, piscina olímpica, quadra poliesportiva e aquecimento solar para os chuveiros. O reconhecimento também teve um sabor especial para a fabricante de cosméticos e aromatizantes Feitiços Aromáticos, que está sediada em Itaquera, na zona leste de São Paulo, região pouco privilegiada pelo mundo corporativo.

“Não imaginava que os valores que eram pessoais e de família pudessem ser reconhecidos pela sociedade”, diz Raquel Cruz, dona da empresa e que já vivia na região em que decidiu empreender. Em comum a essas empresas e todas as outras que compõem o grupo das 14 premiadas está uma nova forma de se fazer negócios, em que o tema de sustentabilidade está incluído nas estratégias de suas empresas. “Não estamos falando de sustentabilidade como uma área separada da empresa, mas sim de trazer o tema para o centro dos negócios”, diz Fernandez, da Unilever.

É esse o objetivo da premiação, elaborada em parceria pela Istoé e a consultoria Report Sustentabilidade e baseada numa metodologia americana que foi trazida ao Brasil no ano passado pela organização Sistema B, que privilegia questionários customizados para empresas de diferentes portes, setores e região de atuação. “O capitalismo consciente é um movimento de empresas que não querem apenas minimizar o impacto negativo de seus negócios”, diz Alvaro Almeida, sócio da Report. Tudo isso pode ser exemplificado na fala de um dos premiados da quinta-feira 23, Cláudio Sassaki, sócio da fabricante de software para a educação Geekie: “Entre mudar o mundo e ganhar dinheiro, por que não ficar com os dois?”

Veja a cobertura da premiação no site http://bit.ly/1pIVMaD