22/02/2012 - 21:00
Preocupado em preservar os investimentos e alcançar um crescimento de 4,5% na economia brasileira este ano, o governo preferiu fazer um corte menor do que o esperado pelo mercado. Na quarta-feira 15, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram uma redução de R$ 55 bilhões no Orçamento. Os analistas apostavam em uma tesoura de até R$ 70 bilhões. O ajuste é fundamental para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do PIB e, assim, manter a confiança dos investidores no País. A maior parte do corte, de R$ 35 bilhões, será efetuada nas despesas não obrigatórias dos ministérios.
Miriam Belchior, do planejamento: ”Nós não sacrificamos os investimentos”
Outros R$ 20 bilhões virão das despesas obrigatórias (veja quadro abaixo). Nem mesmo áreas prioritárias, como saúde e educação, escaparam. Foram preservados, porém, os principais investimentos. Juntos, os programas PAC e Minha Casa Minha Vida receberão R$ 42,5 bilhões, 20,5% mais do que no ano passado. “Nós não sacrificamos os investimentos”, afirmou Miriam. A meta é aumentar o investimento dos atuais 19,6% do PIB para 20,8% neste ano e 24% em 2014. “A contenção de gastos abre espaço para cortarmos a taxa básica de juros e termos menos gastos financeiros no País”, disse Mantega. É a tesoura do governo ajudando o Banco Central, que tem a difícil meta de reduzir os juros básicos para menos de um dígito em pleno ano eleitoral.