Os bancos estão à caça dos funcionários públicos. Desde o início do ano, os cerca de 15 milhões de servidores federais, estaduais e municipais podem escolher onde querem receber seus salários, a chamada portabilidade bancária. Essa liberdade gerou uma disputa acirrada. Os servidores são os melhores clientes dos bancos. Seus salários médios são de R$ 2.500, 56% acima da média nacional. Têm estabilidade no emprego e  são os principais clientes dos empréstimos consignados. 

 

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Isso justifica operações de guerra, como a montada pelo Bradesco para cadastrar os cerca de 460 mil funcionários do Estado do Rio de Janeiro. A instituição assumiu a folha de pagamentos e os primeiros depósitos foram feitos na quarta-feira 25. Para evitar que o dinheiro fugisse em direção à concorrência, o Bradesco montou tendas para abrir até 200 contas simultaneamente e ofereceu regalias para seduzir os novos clientes. Quem mais pode perder com a portabilidade bancária é o Banco do Brasil, que investiu muito para comprar as folhas de pagamento de 6,9 milhões de servidores. 

 

Segundo Sérgio Nazaré, diretor de clientes pessoa física, o BB vem se preparando para a portabilidade desde 2009, quando a regra começou a valer para os servidores federais. “Alocamos dez mil funcionários nas agências com maior demanda de servidores públicos”, diz. O Santander também quer atrair os servidores. O chamariz será a conta Free, que isentará o funcionário público de tarifas. “A portabilidade da telefonia foi um sucesso, os serviços melhoraram e todos ganharam. O mesmo acontecerá com os bancos”, diz Pedro Coutinho, vice-presidente comercial da instituição. A guerra pelos proventos está apenas começando.

 

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