Asituação atual da Intel é como a dos personagens de videogame, que correm enquanto o chão às suas costas desmorona. No caso, o que ainda parece sólido para a empresa, o mercado de PCs, há tempos dá sinais de erosão. Em 2013, a queda na venda de computadores foi de 10%, um recorde. E a tendência deve seguir. Seu lugar vem sendo ocupado por tablets e smartphones. Mas não se engane: mesmo decadente, esse ainda é o maior negócio para os microprocessadores da americana.

No segundo trimestre, a companhia faturou US$ 13,8 bilhões, alta de 8% sobre o mesmo período de 2013. Os computadores de mesa responderam por US$ 8,7 bilhões do total, um crescimento de 6%. “Os PCs continuarão sendo o mais importante elemento de nossos negócios nos próximos anos, apesar da situação do mercado”, afirma David González, presidente da Intel na América Latina. Para assegurar sua sobrevivência pós-PC, a Intel acelera o passo em outras direções. “Nosso futuro vai se basear em um tripé: computadores, data centers e internet das coisas”, diz González.

Os data centers são o segundo maior negócio da companhia, com vendas de US$ 3,5 bilhões neste trimestre – uma expansão de 19%. A internet das coisas, que integra à web os mais variados aparelhos, como geladeiras e carros, embora tenha apresentado o menor volume de faturamento, US$ 539 milhões, foi o que mais cresceu, com 24%. Mas esse esforço não evita que a companhia fique, a cada trimestre, mais longe do sonho de ganhar peso na área de smartphones, em que perde para potências como as compatriotas Qualcomm e Nvidia.

Sua esperança é outro segmento em alta da internet móvel: os tablets, dispositivos em que ela já detém 20% de mercado. A meta lançada pelo CEO global, Brian Krzanic, é ver seus chips em 40 milhões desses aparelhos até dezembro. “Estamos perto de cumpri-la”, afirmou Krzanic. Não são raras as empresas que sucumbem ao surgimento de uma nova tecnologia. É claro que a Intel está bem longe de uma situação tão dramática, mas o mercado não quer perder de vista seus próximos movimentos.