17/10/2012 - 21:00
Apenas duas empresas brasileiras apareceram no ranking de 2012 das 50 companhias mais inovadoras do mundo da revista americana Fast Company, voltada ao universo empreendedor. Não estamos falando de gigantes como Petrobras e Vale, com seus departamentos avançados de pesquisa, mas sim de duas companhias pequenas: a Bug Agentes Biológicos (33º lugar), da área de controle biológico de pragas na agricultura, e a Boo-Box (45º lugar), uma empresa de publicidade para mídias sociais. Em comum, ambas têm o fato de a criatividade e a capacidade empreendedora terem superado a dificuldade inicial da falta de dinheiro.
Vida de inseto: (da esq. para a dir.) os sócios da Bug, Heraldo Negri, Diogo Carvalho e Marcelo Poletti
Fundada há 11 anos nos laboratórios da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, em Piracicaba, a Bug criou um produto dos mais inovadores: vespas do gênero Trichogramma que são os inimigos naturais de pragas que atacam lavouras de cana-de-açúcar e de soja. A Bug deu seu primeiro salto graças a uma linha de financiamento do programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para pequenas empresas inovadoras. “Esse apoio foi essencial”, afirma Diogo Carvalho, um dos sócios da Bug, ao lado de Marcelo Poletti e Heraldo Negri. Atualmente, os insetos da Bug estão em 350 mil hectares de canaviais, o que corresponde a 4% da área plantada no Brasil.
De acordo com Carvalho, o plano para os próximos cinco anos é aumentar em dez vezes a produção e ampliar a participação no Exterior. Atualmente, a Bug exporta para a Europa, Canadá e Israel. O aval externo também é algo em comum entre a Bug e a Boo-Box, do empresário brasiliense Marco Gomes, que criou uma tecnologia que classifica e categoriza o público de 350 mil sites. A partir daí, exibe anúncios direcionados para mais de 80 milhões de pessoas no Brasil. Desde 2007, a Boo-Box tem investimento da Monashees Capital (US$ 300 mil) e em 2010 foi a única empresa brasileira a receber investimento da Intel Capital.