09/06/2016 - 18:47
Quando os atletas de mais de 200 países derem início às disputas de 42 modalidades, a partir de 5 de agosto, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os olhares do mundo estarão voltados para os cronômetros. Uma fração de segundo pode mudar o resultado de uma competição. Peça-chave para todos os esportes, a exatidão do tempo está sob a responsabilidade da relojoaria suíça Omega, do grupo Swatch. A grife é a cronometrista oficial dos Jogos desde 1932, o segundo mais longevo apoio de uma marca ao evento esportivo, atrás apenas da Coca-Cola.
Os testes dos equipamentos já tiveram início, como o realizado em maio, com a tecnologia para o atletismo. Um novo photo-finish, capaz de registrar 10 mil imagens por segundo, definirá qual foi o vencedor entre dois atletas que cruzaram a linha de chegada no mesmo centésimo. É uma evolução sobre Londres 2012, onde dois feixes de luz captavam a chegada. Mais que a precisão no esporte, a Omega quer sair do Rio de Janeiro como vitoriosa nos negócios. “O Brasil é um mercado muito importante para nós e a Olimpíada ajudará a fortalecer a nossa marca”, diz o CEO Raynald Aeschlimann. Carro-chefe das 18 marcas do grupo Swatch, a grife está no Brasil desde 2013, quando inaugurou suas primeiras lojas próprias.
A estratégia para o Brasil é repetir o mesmo sucesso de Pequim 2008, quando a marca conseguiu expandir sua atuação no mercado de luxo no país. Apesar de o grupo não divulgar seu faturamento (o banco suíço Vontobel estima que a Omega faturou R$ 5,7 bilhões, em 2014), o melhor desempenho da marca está nos países asiáticos, responsáveis pelo impulso nas vendas globais em 2015, que registraram 3,6% de crescimento, e onde a participação de mercado beira os 9%, segundo a consultoria Euromonitor. A Omega escolheu dois caminhos para conquistar o mercado brasileiro. O tradicional lançamento de uma coleção especial, que terá como destaque o modelo Seamaster Diver 300M, com preços médios de R$ 16 mil.
O segundo é aprimorar o relacionamento com os consumidores. Para isso, a grife reservou a Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, para entregar uma nova experiência para seus convidados, como ambientes de exploração espacial. “Queremos expressar nossos valores para todos que passarem pelo Rio”, afirma o CEO. Mesmo com um cenário econômico desfavorável no Brasil, também sentido no mercado de luxo, que apresentou uma queda média de 2,5%, a expectativa é que a Omega consiga colher frutos no longo prazo. “A conta é fácil: à medida que se tornarem mais conhecidos, ganharão mais mercado”, diz Amnon Armoni, professor de gestão de luxo da FAAP.