16/12/2022 - 0:20
Por muito tempo no Brasil, a associação entre produtos chineses e a baixa qualidade era muito comum. O que chegava por aqui eram bugigangas vendidas em lojas de R$ 1,99. Isso mudou. E muito. Em especial nos produtos de maior valor agregado. No mercado de smartphones, marcas da China representam hoje um a cada três aparelhos comercializados no País – Motorola/Lenovo (20,01%), Xiaomi (12,54%), mais as participações residuais de Realme (0,23%) e Huawei (0,16%) —, segundo dados do Globalstats Counter de novembro de 2022. Agora outro player de peso aposta suas fichas por aqui, a Oppo. “Notamos que, a cada ano, muitas pessoas adiquiriam nossos smartphones por meio de agentes de compras ou de transações internacionais”, afirmou à DINHEIRO Jim Zhang, CEO da Oppo no Brasil. “Agora nosso objetivo é crescer e ampliar a participação no mercado brasileiro.”
A marca, no entanto, ainda é uma desconhecida da maioria dos brasileiros. No período entre 4 e 10 de dezembro, para cada 77 buscas relacionadas ao iPhone ou 63 para celulares Samsung, no Google, havia uma para a Oppo. Globalmente o cenário é totalmente distinto. De acordo com a Counterpoint Research, o mercado mundial movimentou US$ 448 bilhões em 2021, o maior volume da história. Na ponta, a Apple/iPhone mordeu US$ 196 bilhões, com Samsung em segundo (US$ 72 bilhões) e a Oppo em terceiro (US$ 37 bilhões), pouco à frente da Xiaomi (US$ 36 bilhões). Na Ásia, o portfólio da companhia é conhecido e posicionado no tripé alta tecnologia, moda e juventude, tendo como público-alvo jovens entre 15 e 35 anos, que adoram tirar fotos, gravar vídeos, socializar e compartilhar. Aqui não deverá ser diferente. A linha de ataque será a Reno, cujo número de usuários globais passa dos 70 milhões. “Com o aumento da popularidade desse modelo, decidimos lançar a marca no Brasil trazendo a nova versão da linha”, disse Zhang.
Segundo o executivo da Oppo para o Brasil, a marca passou muitos anos observando e estudando o mercado nacional para entender o momento certo de atuar. “Há complexidade e características únicas no ambiente comercial”, afirmou. A maior dificuldade está no gap comportamental entre os países. “Estamos lidando com diferenças culturais entre oriente e ocidente.” Para reduzir essa distância, a empresa está trabalhando com times locais e também treinando o time na China sobre a linguagem e a cultura local. O objetivo é entender o melhor possível os clientes e as necessidades de diferentes perfis de consumidores, para trazer os produtos mais indicados para as mais variadas vontades do público.
Por ora, aqui teremos dois modelos, o A77 (R$ 2.499) e o Reno7 (R$ 2.999). A ideia é seguir nesse trabalho de chegada passo a passo, percebendo as preferências do consumidor local e apresentando novidades conforme a recepção do público ao que já está disponível. “Queremos trazer novos produtos para atender cenários de uso rotineiros, como tirar fotos e carregar a bateria.” A venda dos aparelhos é feita virtualmente pela Amazon ou fisicamente nas lojas da Vivo. “Isso nos garante uma ótima exposição”, disse Zhang, certo de que a marca cairá no gosto do brasileiro.