31/10/2012 - 21:00
Base aliada
A reforma ministerial já é dada como certa, até o fim do ano. Porém, não se ouvirá uma palavra sobre o assunto entre caciques do PT ou do PMDB. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou a lei do silêncio. Lula avalia que o PT aumentará seu cacife e terá um poder de barganha bem diferente, caso vença a Prefeitura de São Paulo. O PSB, por sua vez, partido que mais cresceu nas eleições do dia 7, e que continua na base aliada do governo, também se fechou em copas. Ninguém fala abertamente, mas tanto PT quanto PSB vão buscar um espaço maior na Esplanada dos Ministérios.
Eleições
Sem consolação
Se perder a eleição em São Paulo, José Serra terá dificuldades para ocupar a presidência do PSDB, em 2013, hipótese aventada por seus aliados. Além da resistência de senadores e deputados tucanos, a cúpula do partido acha desaconselhável tê-lo no comando, pois poderia dificultar os planos de 2014, quando Aécio Neves deverá disputar o Planalto.
Energia
Alta tensão
A insatisfação das empresas estaduais de energia Cemig (MG), Cesp (SP) e Copel (PR) com as mudanças nas regras das concessões do setor vem preocupando o governo. É que o PSDB, que governa os três Estados das companhias, já se articula com aliados da oposição para tentar barrar no Congresso pontos da MP considerados desfavoráveis às empresas.
Política externa
Missão Temer
O vice-presidente Michel Temer, que já coordena a agenda comercial com a China e a Rússia, vem ampliando sua atuação na política externa. No dia 15 de novembro, ele viaja para a Alemanha para se reunir com a chanceler Angela Merkel – que atrasou sua decolagem à Rússia para recebê-lo –, à frente de uma missão de empresários. Na agenda: crise europeia e oportunidades de negócios no Brasil.
Exportações
Cadê meu crédito?
A demora do governo em renovar o Reintegra, que devolve 3% do valor das exportações como crédito tributário e vence no dia 31 de dezembro, está prejudicando os exportadores. Sem ter certeza do benefício, algumas empresas estão aumentando o preço dos produtos, perdendo competitividade. O Desenvolvimento defende a renovação, que traz renúncia fiscal de R$ 6 bilhões ao ano. Mas a Fazenda hesita.
Incentivos
Ligação direta
Beneficiado com a prorrogação da redução do IPI, até o fim de 2013, o comércio de material de construção tem reagido lentamente aos estímulos. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, liga semanalmente para empresários do setor para checar as vendas. E repassa os informes para Guido Mantega.
Notas
Serão realizadas, ainda neste ano, as quatro primeiras concorrências com margem de preferência de 20% para a indústria brasileira de material ferroviário. O governo federal vai comprar 160 vagões de trens para Natal, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. Valor: R$ 721 milhões.
Encarregado de inspecionar a entrada de importados de qualidade duvidosa, o Inmetro incluiu produtos têxteis na lista, que continha brinquedos, pneus, luvas cirúrgicas, capacetes, fios e cabos de aço.
Colaboraram: Guilherme Queiroz e Cristiano Zaia