29/02/2012 - 21:00
A Suíça quer deixar de ser conhecida como paraíso fiscal e, para isso, tem um plano para forçar seus sigilosos bancos a exigir mais informações de seus clientes. Na quarta-feira 22, a ministra das Finanças do país, Eveline Widmer-Schlumpf, anunciou que o governo vai definir até setembro os requerimentos que serão necessários dos bancos na tentativa de aumentar a auditoria fiscal (due dilligence). Também será exigido um termo dos estrangeiros afirmando que cumpriram suas obrigações fiscais nos países de origem. “Estamos convencidos de que é melhor para os nossos clientes manter a privacidade, mas também atender às exigências de informações de seus países de origem”, disse a ministra à agência Reuters. “Com essa estratégia, podemos satisfazer os dois lados”, afirmou.
A Suíça construiu sua imagem de fortaleza financeira com base no sigilo bancário dos clientes que mantêm hoje US$ 2 trilhões no país. Entretanto, a crise financeira fez países como Estados Unidos e Alemanha investigarem a evasão de divisas para 11 bancos suíços, incluindo o Credit Suisse e o ZKB. Desde o ano passado, a Suíça vem negociando com os EUA para que parem de investigar os bancos, em troca do pagamento de multas e transferência de nomes dos clientes de origem americana com dinheiro na Suíça. No início do mês, o Departamento de Justiça dos EUA indiciou o mais antigo banco suíço, Wegelin, sob a alegação de que a instituição está ajudando americanos a evadir pelo menos US$ 1,2 bilhão em taxas. Eveline não quis se manifestar sobre o andamento das negociações com Washington nem sobre o caso do Wegelin.
Eveline Widmer-Schlumpf, ministra das Finanças: “Estamos convencidos de que é melhor para os nossos clientes
manter a privacidade, mas também atender às exigências de informações de seus países de origem”