A lgumas separações recentes surpreenderam muita gente. Primeiro, foi o fim do casamento dos apresentadores de tevê William Bonner e Fátima Bernardes. Menos de um mês depois, foi a vez dos atores de Hollywood Brad Pitt e Angelina Jolie. Mas, há um ano, outra separação improvável fez barulho entre os consumidores de Miojo, o macarrão instantâneo mais consumido do Brasil: o fim da joint-venture Nissin-Ajinomoto. As duas companhias se uniram em 1975 para produzir o lamén, o macarrão japonês, por aqui. O sucesso foi tamanho que a marca Miojo se tornou sinônimo do produto entre os brasileiros, e tem 64% do mercado.

Em setembro de 2015, a Nissin, que fatura US$ 4,2 bilhões no mundo, pagou R$ 1 bilhão pelos 50% que a Ajinomoto possuía no negócio, para se tornar dona exclusiva do seu destino no País. Agora, quer convencer os brasileiros a mudarem como consomem o produto, mesmo que isso signifique arriscar mexer em time que está ganhando. No centro da estratégia está o relançamento, programado para outubro, do Cup Noodles, o principal produto da companhia no mundo, que nada mais é do que um lamén em copo e mais fácil de fazer. Há motivos para isso. O primeiro é a maior rentabilidade em comparação com os pacotes de macarrão instantâneo. Ele também custa quase quatro vezes mais.

“Quando aumenta a renda de um país, as vendas dos copos crescem”, diz Yukio Kidokoro, o diretor trazido da matriz há um ano para comandar a estratégia de comunicação. Enquanto no mundo o Cup Noodles representa 66% das vendas da empresa, aqui o produto responde por apenas 3%. O objetivo é dobrar as vendas do macarrão em copo até 2018. A filial da agência de publicidade japonesa Dentsu participa da estratégia, e produz no Brasil uma propaganda que terá alcance global. “A Nissin é conhecida na Ásia por sua comunicação audaciosa e deve trazer isso pra cá”, diz Mario D’Andrea, presidente da Dentsu.