28/04/2016 - 18:30
E vento mais visível do esporte, os Jogos Olímpicos são uma festa para as seguradoras. Segundo estimativas da resseguradora alemã Munich Re, se alguma catástrofe cancelasse as Olimpíadas de Londres, em 2012, as indenizações poderiam chegar a R$ 25 bilhões. Ainda não há dados para o evento programado para o Rio de Janeiro, mas 314 participantes do evento receberão um tratamento especial. Não tão conhecidos do grande público, os cavalos do hipismo terão uma infraestrutura e tanto: jatinhos privados, massagistas, fisioterapeutas, acupunturistas e um hospital novo no Parque Olímpico de Deodoro, zona Oeste do Rio.
Os seguros vão acompanhar esse padrão. Os cavalos campeões podem valer mais de € 15 milhões, ou R$ 60 milhões, e os animais em ascensão, R$ 20 milhões. As apólices de seguro custam de 4% a 7% do valor do animal, segundo Fábio Damasceno, responsável pela área de agronegócio da seguradora canadense Fairfax. Mas essa é só uma parte da estrutura. Cada viagem envolve dezenas de profissionais, entre veterinários e tratadores. Os pilotos dos aviões são treinados para executar pousos e decolagens quase imperceptíveis.
Cada avião comporta 50 cavalos e 11 pessoas. E, assim como nas companhias aéreas convencionais, os passageiros podem viajar de primeira classe, executiva ou econômica. Nesta última, em que três cavalos dividem o mesmo espaço, a passagem custa em média US$ 17,5 mil por animal. Na executiva, em que vão no contêiner, o preço vai a US$ 30 mil. Um espaço exclusivo pode sair por US$ 50 mil, diz Chris Burke, do International Racehorse Transport. A jornada dos animais começará no aeroporto de Liège, na Bélgica, o maior corredor logístico para o transporte de equinos.
Viajantes delicados, e com o passaporte lotado de carimbos – um cavalo de ponta pode percorrer 80 mil quilômetros ao ano – cada animal bebe até 40 litros de água durante o voo. No menu da aeronave, feno seco e ração, normalmente um mix de nozes, aveia e farelo. Segundo a veterinária Fiona McCormack, da empresa operadora alemã Peden Bloodstock, entre julho e setembro estão previstos sete vôos. Enquanto agosto não chega, e com ele as provas de hipismo, os cavalos participam das classificatórias, até julho. Mas uma coisa já é certa: eles valem ouro.