19/08/2015 - 20:00
Em tempos de crise, chegou a ser surpreendente o clima de otimismo que predominou na cerimônia de entrega do prêmio “Economista do Ano”, na segunda-feira 10, em São Paulo. Com a participação de 500 economistas, o assunto principal do evento foi a estratégia para tirar o País do atual quadro de paralisia. “O Brasil tem jeito”, afirmou Raul Velloso, o principal homenageado da noite. “Não esperem de mim uma mensagem de pessimismo.” A retomada do crescimento econômico, no entanto, pode demorar muito a acontecer. Dos 10 economistas ouvidos pela DINHEIRO, apenas dois apostam numa alta do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. Diante dos enormes desafios políticos e econômicos, os especialistas revelam qual seria a sua primeira medida, caso tivessem a caneta da presidente Dilma em mãos.
Manuel Enriquez Garcia, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil
“Eu iria pessoalmente ao Congresso conversar com todas as lideranças, inclusive da oposição, em busca de um pacto pelo crescimento”
Roberto Macedo, ex-secretáraio de política econômica do Ministério da Fazenda
“Eu tentaria um acordo político nacional, inclusive com a oposição, para resolver a questão fiscal”
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda
“Eu reduziria os ministérios e faria uma articulação com a oposição para deter o aumento suicida de gastos”
Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi
“Eu admitiria os erros, adotaria uma política econômica transparente e, por tabela, resgataria a confiança da sociedade”
Luiz Roberto Calado, diretor da BRAiN
“Eu defenderia o grau de investimento executando definitivamente um ajuste fiscal”
André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos
“Eu faria um pacote unificado de ajuste fiscal e levaria à votação no Congresso, sem fatiá-lo. Aprova-se tudo ou nada.”
Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo
“Eu cortaria ministérios, reduziria cargos de assessores e privatizaria o que estivesse disponível”
Afonso Arthur Neves Baptista, conselheiro do Corecon-SP
“Eu reduziria drasticamente o número de ministérios e proibiria qualquer contratação em órgãos públicos durante um ano”
Raul Velloso, especialista em contas públicas
“Eu removeria os entraves das concessões de infraestrutura, que limitam o lucro dos empresários”
Ulisses Ruiz de Gamboa, professor da USP e da FGV
“Eu editaria uma Medida Provisória para aumentar a idade mínima de aposentadoria, sinalizando o compromisso fiscal do governo”