06/06/2012 - 21:00
A indústria cinematográfica americana está em crise. Enquanto mundialmente o mercado arrecadou US$ 13,6 bilhões nas bilheterias, 7% a mais do que em 2010, o faturamento nos Estados Unidos foi de US$ 10,1 bilhões, uma retração de quase 1% em relação ao mesmo período. A situação só não é pior por conta dos filmes em 3D. A entrada para esse tipo de filme é cerca de 30% mais cara do que um tíquete normal. Em número de ingressos, a queda foi 4,2%, com 1,3 bilhão de entradas vendidas, o pior resultado desde 1995. Para se blindar nesse momento crítico, as produtoras têm adotado uma estratégia conservadora, lançando refilmagens de antigos sucessos.
Os homens fortes da Sony: MIB 3, protagonizado por Will Smith, arrecadou US$ 69,2 milhões
em seu fim de semana de estreia.
É o caso da japonesa Sony Pictures, que está investindo US$ 1 bilhão na produção e divulgação de três novas versões de tramas já consagradas nas telonas: Homens de preto 3, O espetacular Homem Aranha e O vingador do futuro. No último fim de semana de maio, a estreia de Homens de preto 3 (MIB 3), literalmente roubou a cena. Nos Estados Unidos, a trama de ficção e comédia protagonizada pelos atores americanos Will Smith e Tommy Lee Jones foi a campeã de bilheteria, com US$ 69,2 milhões de arrecadação. De acordo com dados da consultoria Janney Montgomery Scott, para cumprir o cronograma de retorno do investimento de US$ 345 milhões em produção, o filme precisava arrecadar, pelo menos, US$ 56 milhões. O resultado foi um alívio para a Sony, principalmente diante do recente histórico de fracassos como A batalha dos mares, da Universal, e John Carter: entre dois mundos, da Disney.
“Dar continuidade a um de nossos maiores sucessos foi a melhor maneira que encontramos para conquistar os expectadores do mundo inteiro”, disse em nota Jeff Blake, presidente da Sony Pictures. O executivo não foi o único a adotar essa fórmula. Segundo levantamento do site americano Den of Geek, atualmente há 95 refilmagens sendo produzidas nos estúdios de Hollywood. A estratégia, apesar de polêmica, vem se mostrando eficiente. Em 2011, os cinco filmes mais assistidos do cinema foram versões atualizadas de antigas tramas. “Com os mercados prioritários em crise, as produtoras estão cada vez menos propensas a arriscar”, afirma Leandro Valiati, professor de economia da cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Segundo ele, títulos já consagrados geram mais lucro com produtos licenciados.