17/03/2023 - 4:10
Mais uma ocorrência envolvendo o agronegócio e o trabalho escravo foi desmantelada nesta semana.
Após a libertação de 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão que prestavam serviços para as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton em meados de fevereiro, a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho libertaram no domingo (12) outras 56 pessoas na mesma situação em lavouras de arroz também no Rio Grande do Sul.
Além da questão humanitária criminosa, casos como esses causam bilhões em prejuízo. A informação está no primeiro levantamento do Score ESG, nova ferramenta de análise de riscos sociais, ambientais e de governança lançada pela Serasa Experian. De acordo com a entidade, ainda que 99% dos produtores rurais tenham baixo risco ESG detectado, o 1% restante causa enorme prejuízo.
Eles concentram 100% de infrações gravíssimas (trabalho escravo e embargos), 35% das infrações ambientais e 14,5% de todos os processos em curso relacionados à agenda. Caso todas essas infrações fossem autuadas, indica a Serasa, as instituições financeiras e seguradoras poderiam ter prejuízos que somam R$ 90 bilhões.
A explicação dos motivos foi dada pelo head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta: “Em caso de processo, as empresas concedentes podem ser consideradas responsáveis solidárias, sem contar o risco de reputação e de imagem, que são imensuráveis”, afirmou. Um problema que não impacta só as partes envolvidas, mas a imagem do País inteiro.
(Nota publicada na edição 1316 da Revista Dinheiro)