No mundo do luxo e da tecnologia, definitivamente, tamanho não é documento. Prova disso é a mais recente aposta da francesa Devialet, grife de eletrônicos que tenta seguir o caminho da dinamarquesa Bang & Olufsen no disputado segmento de áudio premium. A empresa, fundada em 2007, ignorou o ambiente de crise na economia e desembarcou no País com caixas de som que custam mais que R$ 30 mil. A mais cobiçada delas é a Phantom, uma pequena caixa oval capaz de reproduzir um volume de 105 decibéis, bem próximo de um show de rock, que atinge cerca de 110 decibéis.

A empresa já atraiu diversos investidores de peso que pagaram caro para ter uma participação acionária. Entre eles, que colocaram o equivalente a R$ 210 milhões na empresa, destacam-se Bernard Arnault, controlador do grupo LVMH, e Marc Simonci, dono da Meetic, empresa líder em sites de relacionamento. “A tecnologia do áudio não evoluía em qualidade há um século, apenas ficou mais prática com os aparelhos digitais”, diz Quentin Sannié, CEO e co-fundador da Devialet. “O que fizemos foi unir o melhor dos dois mundos.” A união, segundo Sannié, só foi possível com a criação da amplificação ADH.

Resumidamente, é um micro processador que recebe as músicas de diferentes fontes, como smartphones e computadores, e aprimora o arquivo, deixando o som mais cristalino com qualidade superior. Antes do Phantom, que foi lançado há menos de um mês, a empresa já contava com outros aparelhos, como o D-Premier, que alcançou as melhores avaliações nas mais distintas publicações da área. Neste ano, a empresa prevê alcançar um faturamento de R$ 45 milhões. A ideia é, segundo Sannié, multiplicar esses números com o Phantom, que tem uma proposta mais portátil em comparação aos outros produtos. E o Brasil está no centro dessas atenções.

A Devialet enxerga na América e Ásia os principais potenciais de crescimento, já que a Europa e Estados Unidos concentram quase que a totalidade das suas vendas. A tarefa de desenvolver o mercado brasileiro é do casal Fabiana Dib e o francês Carlos de la Fuente, irmão de um dos fundadores. A expectativa é que, em 2016, a Devialet comercialize cerca de 300 aparelhos em lojas parceiras especializadas em som. Todos os aparelhos virão da França, onde é localizada a fábrica da empresa. “O mercado premium continua aquecido no Brasil apesar da crise”, afirma de la Fuente. “E os endinheirados irão querer um som superior.”