Um novo competidor desponta no mundo das academias. A Evoque foi fundada pelo profissional de educação física Rodrigo Hasi e já abriu 18 unidades em São Paulo em cinco anos. Até o final de 2023, serão 30, incluindo Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. A rede se estruturou com um modelo de negócio societário, na qual um investidor vira sócio de uma unidade.

Com expectativa de faturar R$ 42 milhões em 2023, a empresa quer chegar a 60 academias no próximo ano, para isso prevê investimentos de aproximadamente R$ 100 milhões no biênio. “O crescimento que temos é numa velocidade muito grande considerando um modelo de negócio sem fundo aportando e por não ter a frente de franquia”, disse Hasi.

Para abrir uma unidade é necessário investimento inicial de R$ 2 milhões, e segundo Hasi e seu sócio, José de Almeida Ramos, o retorno leva em média de 24 a 36 meses.

No formato adotado, Hasi é o sócio majoritário, e mantém a operação das unidades, abrindo o leque para aqueles que querem apenas investir em novos negócios e não necessariamente gerenciá-los.

No entanto, considerando o projeto de multiplicação, esse modelo deve mudar. “A todo tempo a gente está atento com a velocidade de mercado, do ramo específico e na reestruturação do negócio para que a gente continue, cada vez mais, a aumentar a rentabilidade da empresa”, disse.

(Divulgação)

A Evoque é uma academia low cost, o mesmo sistema das gigantes Smart Fit e Bluefit. São 60 mil alunos em toda a rede e a estrutura possui equipamentos de musculação e sala de ginástica com aulas diversas. O diferencial da Evoque fica no atendimento.

A proposta é levar o melhor das academias de bairro para o modelo de rede. Os treinos são montados pelos gerentes das unidades e os instrutores ficam a cargo do relacionamento com o aluno. Além disso, todos os planos têm acesso a um fisioterapeuta.

Nos desafios das academias entram dois pontos: a quantidade de alunos nas unidades e a manutenção do faturamento com as mensalidades.

Para o primeiro caso é necessário ter muitos alunos para justificar a operação, ao mesmo tempo, muita gente junta no mesmo local faz perder a qualidade de atendimento e a experiência do treino.

Para resolver isso entra a estratégia de cada rede para manter os alunos circulando, e diminuir a frequência de uso dos aparelhos mais requisitados.

Na Evoque foram desenvolvidas aulas de ginástica mais curtas, aumentando a chance de participação, além da construção de treinos pensados na demanda de cada equipamento.

Já quanto às mensalidades, não há segredo, a academia funciona com um contrato mínimo de 12 meses e afirma ter turnover de 3% ao mês, sendo que o tempo médio de permanência dos clientes é de 13 meses.

CORPORATIVO

Além da expansão das academias, Hasi estrutura outras frentes para a empresa. Seguindo os passos dos planos corporativos como Gympass ou TotalPass, a Evoque possui o recém-lançado EvoPass.

O plano também integra a estratégia de expansão da empresa, que prioriza regiões que já possuem três academias próximas, na tentativa de desenvolvimento de marca, criação de público e compartilhamento de ecossistema com o mundo corporativo.

A primeira iniciativa de Rodrigo Hasi como dono de empresa foi quando tinha 24 anos, também com uma academia. A falta de experiência fez o negócio não ir para frente, mas acendeu a vontade de empreender.

A construção da Evoque foi uma mistura de oportunidade com estratégia. A academia que ele gerenciava em Mauá (SP) foi colocada à venda e Hasi decidiu tentar mais uma vez.

Pouco tempo depois veio a pandemia que acrescentou uma nova camada de desafios para a expansão dos negócios, mas que, ao mesmo tempo, após o fim das restrições, fez aumentar o número de interessados no segmento.

Segundo levantamento da empresa de gestão Tecnofit, o número de alunos nas academias em 2022 foi 18% maior que em 2019, pré-Covid.