No ano passado, o Brasil chamou a atenção do mundo por sua performance esportiva, para o bem e para o mal. Nos gramados, a derrota da seleção canarinho por 7 a 1 para a Alemanha, em pleno estádio do Mineirão, provou que o “país do futebol” não é mais o mesmo. Já no surfe, a conquista do campeonato mundial pelo paulista Gabriel Medina, no Havaí, lavou literalmente a alma da nação. A boa fase desse esporte continua em 2015. Prova disso é que nunca houve tantos surfistas verde-amarelos entre os melhores do mundo como atualmente – há quatro deles no ranking dos top dez.

Para não perder essa onda, a marca australiana de roupas e equipamentos Quiksilver, que nasceu nos arredores de Melbourne e se mudou para a Califórnia, em 1986, está desenhando um plano ousado de expansão para o Brasil. Com faturamento de US$ 1,6 bilhão globalmente no ano passado, a companhia pretende ampliar sua rede de lojas por meio de franquias. Atualmente, existem apenas três pontos de venda próprios. O foco serão todas as capitais, além de algumas cidades de médio porte do interior. “Queremos ampliar nossa liderança”, afirma Gustavo Belloc, diretor-geral da marca no País, sem revelar as cifras envolvidas no plano de investimento.

“Temos 15% de participação no segmento de surfe e skatewear, e há espaço para crescer”. A ofensiva da Quiksilver também prevê o fortalecimento de sua presença nos 1,8 mil vitrines multimarcas em que a grife já atua no mercado nacional. Foi graças a essa capilaridade, segundo Belloc, que a empresa conseguiu crescer a um ritmo de dois dígitos em 2014. “Nossos parceiros são prioridade no nosso plano de expansão, pois serão os primeiros a ter uma franquia da marca”, afirma o executivo.

Os destaques nas prateleiras das novas lojas, baseadas num modelo compacto de 40m², serão as tradicionais e coloridas bermudas, que atualmente respondem por 30% das vendas no País. Além da Quiksilver, a companhia ainda detém a linha feminina Roxy e DC, voltada para o público do skate. Para se adaptar ao mercado local, a Quiksilver nacionaliza 60% de tudo que é produzido e vendido no País. “Assim, conseguimos adequar não só a modelagem, mas os preços para o Brasil e fugir da variação do dólar”, diz Belloc. “No surfe, não há crise”.