Na quarta-feira 10, DINHEIRO falou com o empresário. A seguir, os principais pontos da entrevista:

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Os empresários brasileiros estão preparados para liderar, no futuro próximo, o processo de globalização? 

Sem dúvida. E muitos, inclusive, já estão fazendo isso.  

 

Quem está liderando essa processo?

Temos inúmeros exemplos no setor alimentício, como os frigoríficos, que têm feito aquisições importantes na Europa e nos Estados Unidos. 

 

Quais são as vantagens comparativas das empresas e dos gestores brasileiros no cenário global?

Nosso principal atributo é que nós fomos testados em um ambiente de grande turbulência econômica e grandes transformações. Os altos e baixos da economia nos prepararam para lidar com situações adversas. Além disso, os brasileiros topam ir para o Exterior para investir em setores considerados antigos.

 

Quais setores?

Os de cerveja, cimento, transporte ferroviário, siderurgia e até hambúrguer. Os americanos, ao contrário, preferem focam seus esforços em segmentos de ponta. 

 

O sr. é citado por Jim Collins (guru da área de gestão mais festejada da atualidade) como exemplo de competência. Como o sr. recebe esse comentário?

Na verdade, foi a leitura dos livros e os ensinamentos de Jim Collins que me ajudaram a construir nossa trajetória empresarial. 

 

A Ambev conseguiu se globalizar e seu modelo de gestão fez escola. Hoje, é citado como exemplo por Collins. Até onde a empresa pode ir?

Meu sonho é fazer com que a companhia seja um modelo de gestão global do século XXI.

 

Na sua opinião, existem gargalos capazes de prejudicar a competitividade do País?

O principal deles é a educação. Precisamos apostar na qualidade da educação. E isso serve tanto para os alunos do ensino fundamental e médio como também para as empresas. O maior patrimônio de uma companhia são as pessoas. 

 

Mas, se existe uma espécie de consenso, por que nada é feito de concreto nessa área? 

Acho que faltam ações de liderança em uma esfera mais elevada no nível político. Se o presidente Luiz Inácio desse uma entrevista à Rede Globo, convocando as  mães brasileiras a cobrar os seus filhos e também os professores deles, exatamente como fazem as mães na Coreia do Sul, já seria o bastante para darmos um grande salto na educação brasileira.