17/11/2010 - 21:00
Na quarta-feira 10, DINHEIRO falou com o empresário. A seguir, os principais pontos da entrevista:
Os empresários brasileiros estão preparados para liderar, no futuro próximo, o processo de globalização?
Sem dúvida. E muitos, inclusive, já estão fazendo isso.
Quem está liderando essa processo?
Temos inúmeros exemplos no setor alimentício, como os frigoríficos, que têm feito aquisições importantes na Europa e nos Estados Unidos.
Quais são as vantagens comparativas das empresas e dos gestores brasileiros no cenário global?
Nosso principal atributo é que nós fomos testados em um ambiente de grande turbulência econômica e grandes transformações. Os altos e baixos da economia nos prepararam para lidar com situações adversas. Além disso, os brasileiros topam ir para o Exterior para investir em setores considerados antigos.
Quais setores?
Os de cerveja, cimento, transporte ferroviário, siderurgia e até hambúrguer. Os americanos, ao contrário, preferem focam seus esforços em segmentos de ponta.
O sr. é citado por Jim Collins (guru da área de gestão mais festejada da atualidade) como exemplo de competência. Como o sr. recebe esse comentário?
Na verdade, foi a leitura dos livros e os ensinamentos de Jim Collins que me ajudaram a construir nossa trajetória empresarial.
A Ambev conseguiu se globalizar e seu modelo de gestão fez escola. Hoje, é citado como exemplo por Collins. Até onde a empresa pode ir?
Meu sonho é fazer com que a companhia seja um modelo de gestão global do século XXI.
Na sua opinião, existem gargalos capazes de prejudicar a competitividade do País?
O principal deles é a educação. Precisamos apostar na qualidade da educação. E isso serve tanto para os alunos do ensino fundamental e médio como também para as empresas. O maior patrimônio de uma companhia são as pessoas.
Mas, se existe uma espécie de consenso, por que nada é feito de concreto nessa área?
Acho que faltam ações de liderança em uma esfera mais elevada no nível político. Se o presidente Luiz Inácio desse uma entrevista à Rede Globo, convocando as mães brasileiras a cobrar os seus filhos e também os professores deles, exatamente como fazem as mães na Coreia do Sul, já seria o bastante para darmos um grande salto na educação brasileira.