13/01/2017 - 20:00
Qual foi a maior dificuldade que a sra. encontou no BNDES?
Não tem uma maior dificuldade. Talvez o fato de que há 10 anos tinha um mesmo presidente e muita gente não passou por uma mudança de gestão. O processo de transição foi traumático, num certo sentido, de estilos muito diferentes.
O banco deixou de ser o formador de campeões nacionais?
O BNDES que estamos construindo é o que faz incentivos horizontais, que busca projetos para financiar em TJLP, que tem retorno social maior do que o privado. É uma transição para um caminho muito mais de projetos do que de setores. A nossa busca é produtividade e competitividade. Queremos ter muitos campeões nacionais, dando a todos a mesma condição.
Já foi possível inovar dentro do banco?
Vamos colocar na nossa política, a partir de agora, que todos os projetos vão ter um quadro de métricas para avaliarmos depois que o projeto está pronto. Esse quadro de resultados, mais do que transparência, é para que possamos efetivamente ter um conjunto de informações para divulgar para a sociedade e para os órgãos de controle, mas também para olharmos retroativamente se a nossa política de financiamento está produzindo os efeitos desejados. Os grandes bancos internacionais já atuam dessa forma.
Empreendedorismo é o novo foco?
O banco já faz muita coisa para micro, pequena e média empresa. Elas sempre foram foco, mas agora eu diria que se tornou a grande prioridade em razão do tamanho da crise que estamos vivendo. Buscamos fazer um conjunto de medidas que tem como marca aumentar o acesso, dar agilidade, simplificar e melhorar as condições de crédito para elas. Elas fazem parte da cadeia produtiva da economia e se quebrarem, a grande empresa vai se prejudicar porque vai perder sua cadeia de fornecedores. As micro, pequenas e médias respondem mais rápido, mas têm mais dificuldade de acesso ao crédito. E elas precisam, neste momento, de uma atenção diferenciada.
Há novas restrições impostas aos empréstimos?
Vamos passar a restringir a distribuição de dividendos acima de 25%, nos empréstimos em TJLP, com algumas exceções. Queremos ter a certeza que o empresário, durante o período de financiamento, está dedicando esses recursos prioritariamente para o investimento. Se ele está com excesso de liquidez, pode transformar esse empréstimo TJLP em empréstimo a taxa de juros de mercado ou pode repagar o banco, para que nós façamos outro empréstimo a TJLP. São formas e meios que estamos criando de fazer com que o nosso financiamento gere um investimento adicional.
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Leia mais na matéria “Calma! O BNDES é para todos“
