07/03/2012 - 21:00
Em agosto, o megainvestidor Warren Buffett vai completar 82 anos. Embora sua saúde não dê sinais de declínio, a cada ano aumenta a preocupação dos acionistas de sua empresa, a Berkshire Hathaway, com sua sucessão. Buffett avançou nesse processo no sábado 25. Ao divulgar os resultados da Berkshire Hathaway em 2011, ele anunciou que seu sucessor está escolhido. É um profissional da casa, conhecido pelo Conselho de Administração da companhia e capaz de realizar uma transição sem sobressaltos. O nome, claro, não foi revelado. Com quase seis décadas de experiência – seus primeiros investimentos começaram em 1956 – e uma rentabilidade média de 20% ao ano em dólares, Buffett é considerado insubstituível, daí a preocupação dos acionistas da Berkshire.
Warren Buffett: queda das ações e dos lucros em 2011 desagradou
os investidores e o forçou a indicar que sucessão está encaminhada.
Até o ano passado, a bolsa de apostas indicava que o escolhido seria David Sokol, braço direito do investidor na hora de incorporar as empresas adquiridas pela Berkshire. No entanto, Sokol foi demitido por ter comprado ações da petroleira Lubrizol e, em seguida, ter costurado sua aquisição pela Berkshire. Agora, os candidatos em potencial são quatro. O primeiro da lista é Ajit Jain, executivo de origem indiana que administra as operações de resseguros da Berkshire. Além de chefiar uma das divisões mais importantes da empresa, ele sempre recebe elogios rasgados do chefe nas comunicações aos acionistas.
Outro favorito é Tony Nicely, CEO da seguradora Geico, cujas ações Buffett começou a comprar em 1950. Com meio século de casa e há 18 anos na presidência da Geico, Nicely vem exibindo resultados muito sólidos. Os outros dois candidatos cuidam de áreas menos relevantes na Berkshire, mas têm apresentado bons números em áreas estratégias para Buffett. Um deles é Matt Rose, que preside a ferrovia Burlington Northwestern Santa Fe (BNSF), comprada em 2009, por US$ 34 bilhões. O outro é Greg Abel, da empresa de energia MidAmerican. Demonstrar que a sucessão está encaminhada é essencial para Buffett. No ano passado, as ações da Berkshire caíram 4,7%, ficando abaixo da média do mercado americano.
Em sua carta aos acionistas, o bilionário disse ter errado ao prever uma recuperação rápida do mercado imobiliário. Apesar da recuperação do mercado de hipotecas nos últimos meses, as apostas de Buffett em cinco empresas produtoras de insumos para construção e algumas financeiras especializadas no mercado imobiliário não deram bons resultados. Esse grupo gerou em 2011 lucros de US$ 513 milhões antes dos impostos para a Berkshire, um resultado bastante inferior ao US$ 1,8 bilhão de 2006. Com isso, o lucro caiu de US$ 13 bilhões em 2010 para US$ 10,3 bilhões no ano passado, uma baixa de quase 21% – um problema cuja solução pode ficar a cargo do próximo presidente.