02/08/2016 - 18:00
A aposta do Yahoo! era revigorar a companhia em 2012, após a entrada da CEO Marissa Mayer, ex-executiva do Google. Em sua gestão, a empresa gastou US$ 2 bilhões na compra de 50 startups, com o objetivo de acelerar a receita, sobre forte pressão dos investidores. “Após Marissa, a empresa se reorientou e buscou focos muito claros em mobile, com grandes aquisições, como a Flurry, líder em análise de dados nessa área”, disse André Izay, CEO da companhia no Brasil, em entrevista à DINHEIRO, em abril passado.
Os investimentos, no entanto, não foram suficientes para impedir a venda da companhia, concretizada na segunda-feira 25, para a empresa americana de telecomunicações Verizon, por US$ 4,8 bilhões. O valor de venda é minúsculo perto dos US$ 45 bilhões que a Microsoft havia oferecido pelo Yahoo!, em 2008. “Pode-se criticar Marissa por gastar dinheiro como água e por ser arrogante. Mas ninguém poderia ter mudado a dinâmica do mercado que ela, e todos os seus antecessores, estavam enfrentando. Então, ela não ajudou, mas talvez ninguém poderia ter ajudado”, explica Roger Kay, analista da consultoria americana Endpoint Technologies Associates.
Criada por Jerry Yang e David Filo, em 1994, a empresa se transformou em uma gigante da web a partir do sistema de buscas que criou para a internet e que incluiu negócios como e-mail, portal de notícias e publicidade online. Em 2000, o valor de mercado do Yahoo era de US$ 125 bilhões, mas seus presidentes subseqüentes falharam ao tentar comprar, em 2002, o Google, que havia desenvolvido um sistema de buscas por meio de algorítimos; e o Facebook, em 2006. Para Kay, as empresas que o Yahoo comprou eram pouco relevantes.
“A empresa perdeu a chance de comprar as jovens rivais em áreas que ela pouco entendia”, afirma. Com isso, viu-se forçada a vender suas operações de internet e publicidade online para a Verizon, que unirá esses serviços aos já oferecidos pela AOL, comprada em 2015. O acordo não envolveu os 15% que o Yahoo! detém na empresa chinesa Alibaba e os 35% no Yahoo! Japan. A Verizon ficará com a marca Yahoo!, prevê Kay. Até a conclusão do acordo, em 2017, Marissa Mayer continuará liderando a companhia. Nessa toada, quem irá sair por último e apagar a luz?