Se há um denominador comum entre as empresas que se destacaram em seus setores a ponto de merecer a primeira posição no anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2022 é o entendimento de que as práticas ESG são cruciais. A sigla que até pouco tempo permanecia ignorada por muitos gestores se tornou onipresente nos discursos dos líderes que comandam as companhias de maior sucesso no Brasil. Ser aderente à agenda ESG significa abrir novos mercados, obter melhores condições de crédito, reter talentos, criar reputação, perenizar o negócio. A diferença competitiva agregada pela criação de metas nas áreas ambiental, social e de governança ficou palpável nas avaliações das 174 empresas inscritas este ano. As que se destacaram das demais e obtiveram as melhores pontuações foram as que aprenderam a orientar seus negócios de acordo com aquilo que a sociedade passou a exigir de forma mais assertiva. As vencedoras em cada um dos 28 rankings setoriais retratados nesta edição demonstram com clareza que as razões para se diferenciar das demais está, principalmente, na sensibilidade para entender as demandas dos stakeholders — em bom português, das partes interessadas. Em um mundo cada vez mais interconectado, essas partes deixaram de ser apenas acionistas e clientes e hoje vão até além do ecossistema em que a empresa atua.

A preocupação genuína com o futuro do planeta e a adoção de métricas relativas a aspectos como redução de emissões ou preservação de recursos naturais deixou de ser exclusividade de companhias que lidam diretamente com esses temas para abranger todas as áreas da atividade produtiva. O mesmo vale para a esfera social. Este anuário traz inúmeros exemplos de que a responsabilidade das empresas já transcende o âmbito de seus colaboradores e comunidades impactadas pelo negócio. Não por acaso, a dimensão Responsabilidade Social é uma das cinco que formam as notas atribuídas nos rankings AS MELHORES DA DINHEIRO. As outras são Governança Corporativa, Inovação e Qualidade, Recursos Humanos e Sustentabilidade Financeira.

Em um país no qual o ambiente corporativo viveu recentemente um choque de compliance provocado, em grande parte, pela falta de códigos de conduta que fossem capazes de proteger tanto as marcas quanto o comportamento de seus controladores, cabe destacar os avanços no que se refere à transparência. Ela não se aplica apenas à prestação de contas, com o fornecimento de dados para a elaboração dos rankings setoriais. Em todas as empresas premiadas neste anuário, a postura dos gestores foi de diálogo franco, o que permitiu à equipe de repórteres e editores da DINHEIRO traduzir de forma convincente os fatores que levaram cada empresa a merecer seu respectivo título de Melhor de 2022.

Celso masson, diretor de núcleo