22/02/2013 - 21:00
As operadoras de plano de saúde não querem mais apenas bancar o tratamento das doenças dos seus segurados, o que muitas vezes, pode se constituir num saco sem fundo. A ordem agora é gerenciar sua saúde e, assim, reduzir custos com procedimentos médico-hospitalares. Em outras palavras: a medicina preventiva assume um papel cada vez mais importante na estratégia dessas empresas. “Os gastos com os clientes não diminui, mas deixa de crescer”, afirma Regina Mello, superintendente de Serviços Médicos da SulAmérica.
Regina Mello, da SulAmérica: ”Gasto não diminui, mas deixa de crescer”
Em 2011, esse grupo de segurados obteve uma redução do custo do sinistro mensal de 1%, enquanto o grupo de segurados que não participa dessas ações registrou um aumento de custos de 41%. O fato é que a medicina preventiva deixou de ser uma diferenciação para se tornar uma necessidade nos planos de saúde. “A experiência internacional mostra que o sucesso depende da adesão das pessoas aos programas”, afirma Márcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde. “Elas precisam realmente compreender que só assim poderão viver melhor e minimizar os efeitos das doenças na fase idosa.” A Bradesco Saúde possui ações preventivas de doenças há algum tempo, mas foi em 2011 que lançou o programa Juntos pela Saúde, que reúne 150 mil segurados.
Para criar esses programas, as operadoras precisam avaliar a qualidade da saúde dos segurados. Geralmente, os diagnósticos são preocupantes. De março de 2001 até fevereiro de 2011, 220 mil funcionários dos clientes corporativos da Amil foram avaliados. Os resultados foram preocupantes. A pesquisa encontrou 140 mil, 34 mil hipertensos – dos quais 40% não sabiam. “A população identificada e acompanhada pelo programa apresentou índices de internação e complicações de suas patologias cerca de 50% menores do que o grupo que não estava sendo acompanhado”, afirma Claudio Tafla, gerente-médico da diretoria técnica da Amil.