12/04/2013 - 21:00
Doar é sempre um ato louvável. Um real que seja. Dois, dez reais… ou US$ 1 bilhão. Por que não? Nova York viu na terça-feira , tal generosidade se materializar em 78 obras de arte doadas pelo bilionário Leonard Lauder, 80 anos, um dos herdeiros do império de cosméticos Estée Lauder (nome de sua mãe, cofundadora com o pai, Joseph) – dono de marcas como Clinique, MAC e Estée Lauder –, ao Metropolitan Museum. São 33 telas de Pablo Picasso, 17 de George Braque, 14 de Fernand Léger e 14 de Juan Gris, em um dos maiores e mais importantes acervos particulares cubistas do mundo. Mr. Lauder é conhecido por financiar e apoiar as artes na cidade e, por opção pessoal, sempre investiu no cubismo.
Sua coleção demorou 40 anos para chegar ao status atual e cresceu graças ao faro apurado do empresário. “Muitas dessas obras estavam disponíveis”, disse Lauder. “Ninguém realmente as queria.” Isso porque a moda entre os colecionadores de arte época (a década de 1970) era adquirir obras do impressionismo e do pós-impressionismo. A verdade é que a doação faz do museu americano um dos expoentes globais da arte cubista, ao lado do Centro Pompidou, em Paris, e do Museu Hermitage, de São Petesburgo. “Um único arremate nos colocou no front da arte do início do século 20.
Isso é uma coleção irreproduzível, algo com o que diretores de museus somente sonham”, disse Thomas P. Campbell, diretor do Met, que planeja abrir a primeira mostra com as obras apenas no segundo semestre do ano que vem. O bilionário tem mais obras de arte em seu apartamento em Manhattan. Ele ensina que, para conseguir reunir tantos quadros e esculturas valiosas em uma mesma coleção, é preciso estar “focado, disciplinado e disposto a pagar mais do que possivelmente você tenha”. O frisson agora entre os curadores e diretores de museu norte-americanos é saber qual será o próximo beneficiado pelo ricaço mão-aberta.
Fazendeiro doa gravuras de Dalí no interior paulista
Natural de São Carlos, no interior de São Paulo, o fazendeiro Lover Ibaixe doou à sua terra natal uma coleção com 100 gravuras ilustrativas da Divina comédia, assinadas por Salvador Dalí. As obras são autênticas e foram adquiridas da mulher do artista espanhol, Gala, em 1963, durante as férias do brasileiro pela Espanha. Ele conseguiu convencê-la a comercializar as obras em troca de 300 moedas de ouro austríacas. As gravuras serão expostas na cidade paulista, onde o prefeito Paulo Otomani prometeu construir um museu para receber o acervo.