14/06/2013 - 21:00
Poucos brasileiros assistiram a algum jogo do atacante Marama Vahirua, de 33 anos, e nem sequer ouviram falar dele. Atualmente, ele defende o time grego Panthrakikos e participou de 21 das 30 partidas disputadas pela equipe na Primeira Divisão da Grécia, marcando três gols. Vahirua é o jogador mais valioso do time do Taiti, uma das oito seleções que disputam a Copa das Confederações. Seu valor de mercado é estimado em R$ 1,2 milhão. A partir deste sábado 15, Vahirua estará ao lado de estrelas mundiais do futebol, como o brasileiro Neymar, os espanhóis Iniesta e Fabregas e o uruguaio Cavani.
Em alta: na transação com o Barcelona, passe de Neymar valorizou-se 22%
Os quatro atletas sãos donos dos pés mais caros que pisarão os gramados das seis arenas brasileiras nesse torneio (veja gráfico ao final da reportagem), de acordo com uma pesquisa da consultoria paranaense Pluri, especializada em futebol. A seleção mais valiosa da Copa das Confederações é a Espanha. Seria preciso desembolsar R$ 1,8 bilhão para adquirir o passe de seus 23 atletas – o meio-campista Iniesta é o mais caro deles (R$ 174,9 milhões). O preço da esquadra espanhola no mercado da bola é igual ao do time do Barcelona, cujo principal astro é o argentino Lionel Messi. Na ponta inversa está o Taiti, com R$ 2,5 milhões.
Esse valor é o equivalente ao do Águia de Marabá, modesta equipe paraense, que disputa a série C do Campeonato Brasileiro e participou da Copa do Brasil deste ano, torneio que reúne equipes de todos os Estados do País (o Azulão do Sul do Pará, como é conhecido, perdeu as duas partidas para o Nacional, de Manaus). O Brasil é a segunda seleção mais cara do torneio, seguido por Itália e Uruguai. “No ano passado, o valor de mercado dos jogadores selecionáveis nas dez principais seleções do mundo aumentou 8,4%”, diz Fernando Ferreira, diretor da Pluri. “A tendência é de alta, pois sempre existe um magnata russo ou um xeique árabe investindo em futebol.” O que faz um jogador se valorizar? De acordo com a metodologia da Pluri, 77 critérios, divididos em 18 itens, são avaliados para definir o valor de mercado de um atleta.
A análise leva em conta o desempenho dentro das quatro linhas, mas também aspectos extracampo, como a capacidade de retorno de marketing, potencial de valorização, convocações para a seleção nacional de seu país e nível dos campeonatos em que atua, o chamado efeito vitrine. Neymar, que se transferiu do Santos para o Barcelona no começo de junho, atende com sobras esses requisitos. A negociação com o time catalão fez seu passe valorizar-se 22%, chegando a R$ 191,4 milhões. “Neymar está em outro patamar”, afirma Ferreira. “Ele vai disputar o campeonato espanhol e a Liga dos Campeões e será comentado no mundo inteiro.” Um critério importante para definir o valor de mercado de um atleta é a sua idade. Nesse caso, existe uma curva padrão de análise. A primeira fase vai dos 18 anos aos 23 anos, conhecida como a fase de tolerância e de definição.
É nesse período que o jogador se revela e mostra o seu potencial. Novamente, é o caso de Neymar. Com apenas 21 anos, o camisa 10 da Seleção Brasileira é considerado a principal promessa do futebol mundial. Segundo Ferreira, em cinco anos, ele pode ultrapassar o valor de Messi, seu companheiro no Barcelona, avaliado em R$ 342 milhões, o jogador mais caro do mundo. A fase dos 24 anos aos 26 anos é a da maturidade. Em geral, trata-se da época mais produtiva de um esportista, na qual seu valor pode atingir o ápice. A partir daí, o preço de seu passe entra em uma descendente. Depois dos 29 anos, a queda pode ser de até 70%, segundo a Pluri. Uma exceção, que apenas confirma a regra, é Xavi, o meio-campista da Espanha. Aos 33 anos, ele vale R$ 68,7 milhões e é o 28º jogador mais valioso a disputar a Copa das Confederações.