20/06/2014 - 20:00
Os granitos brasileiros exercem um verdadeiro fascínio sobre os consumidores de luxo internacionais. As cores fortes das pedras Azul Bahia ou os traços rústicos das Amazon Star, por exemplo, são revestimentos cobiçados no mercado externo de decoração. De janeiro a abril deste ano, a exportação de pedras “made in Brazil” gerou mais de US$ 300 milhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. De olho nesse potencial, a espanhola Cosentino resolveu transformar o País em sua principal base de exportações fora da Europa.
Instalada desde 2002 em Serra, no Espírito Santo, a única fábrica da Cosentino fora da Espanha intensificará, a partir deste ano, a extração do granito brasileiro. Hoje, 85% da receita de US$ 488 milhões do grupo vem do mercado externo. Desse total, US$ 280 milhões são faturados nos Estados Unidos. A meta é ampliar a participação das vendas no Brasil, que representam 9% das globais. “O Brasil tem uma vantagem competitiva que nenhum outro país tem: suas pedras”, diz Francisco Martinez-Cosentino, presidente do grupo.
A estratégia é lapidar no mercado brasileiro a boa imagem de sua marca de granitos sintéticos Silestone. Esse similar de alta tecnologia é produzido na Espanha, em sua fábrica de Almeria, na Andaluzia. O Brasil entrou na rota das exportações para os EUA. “Além da proximidade geográfica, o produto brasileiro é bem aceito no mercado americano”, afirma Martinez-Cosentino. Hoje, 50% da produção é exportada. Ele quer aumentar a produção local em 30%. Para isso, irá investir US$ 23 milhões na aquisição de uma nova fábrica no Espírito Santo e em lojas próprias.
“O Brasil é nosso principal mercado latino-americano e tem muito potencial”, diz o empresário. Em São Paulo, o Cosentino Center será inaugurado oficialmente em setembro, no bairro da Lapa, em São Paulo. Outras oito cidades também estão recebendo pontos de vendas. “O segmento de revestimentos cresce mais do que o de material de construção básico”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Walter Cover. “As reformas não param.”