Desde que a estilista Donna Karan deixou a direção da grife que leva seu nome, no ano passado, a marca de luxo se tornou um grande ponto de interrogação para o grupo LVMH, dono da grife desde 2001 e de outros ícones do mundo fashion, como Louis Vuitton, Fendi e Givenchy. Apesar do prestígio, a Donna Karan vinha acumulando prejuízos. Neste ano, as perdas estavam na casa dos € 25 milhões, segundo estimativas de Thomas Chauvet, analista-chefe de artigos de luxo do Citigroup. Na segunda-feira 25, as dúvidas se dissiparam.

O grupo francês decidiu vender a grife, junto com sua irmã mais popular DKNY, para a americana G-III, controladora de marcas como Levi’s, Calvin Klein, Guess e Tommy Hilfiger, por US$ 650 milhões. Em comunicado à imprensa, Morris Goldfarb, chairman e CEO da G-III, descreveu a Donna Karan como uma empresa fashion global icônica, e afirmou que a entrada da grife “aumentou em escala e diversificação o portfólio da empresa, trazendo crescimento incremental”. Goldfarb disse, ainda, que pretende ressuscitar o peso de Donna Karan no mercado, expandindo suas vendas em lojas de departamento de luxo, focando também em calçados.

Pierre-Yves Roussel, presidente do segmento de moda da LVMH, por sua vez, disse que a empresa não planejava vender a grife americana, “mas a G-III ofereceu um valor muito alto.” Para o consultor Airys Kury, especializado no mercado de luxo, a Donna Karan estava esquecida no grupo e a venda será benéfica para ambas as partes. “Analiso essa fusão de forma positiva. Pode ser a salvação da Donna Karan”, disse Kury. “O G-III dará um novo olhar para a grife, enquanto a LVMH vai poder investir esse dinheiro em seu portfólio ou até em uma nova marca.”