Quando foi comprado pela brasileira Movile, em setembro do ano passado, por R$ 36 milhões, o Apontador era um site que literalmente havia parado no tempo da geolocalização. Ele era lembrado como a empresa que havia matado a lista telefônica tradicional, mas não havia acompanhado os concorrentes que chegaram ao País, como o Googe Maps e similares. “O mercado indicava uma queda do uso de sites de busca e começamos a sentir o efeito em nosso tráfego”, afirma Rafael Siqueira, fundador e responsável pela área de tecnologia do Apontador, um dos poucos sobreviventes da bolha de internet.

“Era preciso fazer algo para atualizar nossa proposta.” A resposta veio em uma viagem ao Japão feita por Moacir Kang, CEO da LBS Local, grupo que controla o Apontador. “Lá eu observei que sites como o nosso não traziam apenas informações como telefone e endereço”, diz Kang. “Eles misturavam conteúdo editorial com resenhas feitas pelas pessoas que visitaram esses estabelecimentos.” A empresa, então, aproveitou o caixa reforçado pelo investimento da Movile, que é dona dos aplicativos iFood e Restau­ranteWeb, para repensar a estrutura da plataforma e montar uma equipe para produzir conteúdo.

Com essa estratégia, o Apontador ficou bastante parecido com o americano Yelp, site de buscas locais que vale US$ 3,5 bilhões, cujas ações são vendidas na Bolsa de Nova York. Nele, os usuários podem avaliar qualquer tipo de serviço, dando notas e escrevendo resenhas críticas. A mudança de estratégia deu resultado. Em janeiro deste ano, a audiência voltou para a casa dos 16 milhões mensais. O desafio agora é fazer com que os usuários se acostumem a comentar suas experiências no site do Apontador. Se conseguir, terá dado um grande salto para se consolidar no mercado de buscas locais. Segundo a consultoria PwC, a opinião de terceiros sobre serviços é determinante para 77% dos consumidores.