O MySpace, site de música que já foi a maior rede social do mundo, há anos é considerado carta fora do baralho dos negócios digitais. Uma combinação de perda irrefreável de usuários e queda de valor de mercado fizeram da empresa um patinho feio da internet. Mais recentemente, no entanto, o MySpace começou a dar sinais de que pode, se não voltar a brilhar como no começo da era das redes sociais, pelo menos, voltar a sorrir e a cantar. De acordo com a consultoria americana comScore, o acesso ao MySpace cresceu 4% em janeiro em número de visitantes únicos, nos Estados Unidos, mantendo a rede à frente de concorrentes mais prestigiados, como o Google+ e Tumblr. 

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Volta por cima: o ator Justin Timberlake lidera o grupo de investidores que tenta acertar
o tom da rede social de música.

O COO do MySpace, Chris Vanderhook, irmão do atual CEO, Tim Vanderhook, afirmou também que o site amealhou um milhão de novos usuários nos últimos dois meses. Certamente é um número modesto se comparado aos padrões do rei das redes sociais atual, o Facebook, que  conta com cerca de 850 milhões de usuários. Mas a notícia não deixa de ser motivo de alento, pois é o primeiro crescimento do MySpace em anos. Uma das causas da retomada  foi o lançamento, em dezembro, do seu tocador de música online, com um acervo de 42 milhões de canções. Além disso, a integração do serviço com o Facebook e também o Twitter deu um empurrão a mais. “Saímos de nenhum novo login por dia para 40 mil”, disse Vanderhook. 

Outra medida que pode dar resultado em breve é o acordo firmado no mês passado com a Panasonic para criar o MySpaceTV, que vai permitir o compartilhamento e comentário de vídeos de música e programas de tevê. O renascimento do MySpace tem a ver diretamente com a mudança de comando. Em junho do ano passado, um grupo de jovens investidores, capitaneados pelo ator Justin Timberlake e do qual os irmãos Vanderhook fazem parte, comprou o site da News Corp, do empresário de mídia Rupert Murdoch, por US$ 35 milhões, um valor bem abaixo dos US$ 100 milhões pretendidos inicialmente pelo antigo controlador. 

 

“Os números de audiência mostram uma mudança dramática para o MySpace”, disse o CEO  Tim Vanderhook, em comunicado. Apesar do ligeiro crescimento, a verdade é que ainda é cedo para o MySpace soltar rojões. Nos tempos áureos o site chegou a ter mais de 76 milhões de usuários apenas nos Estados Unidos. Hoje, porém, mal chega a um terço disso. E a receita, que em 2009 foi de US$ 500 milhões, caiu para cerca de US$ 100 milhões no ano passado. Ainda que o desafio pela frente seja árduo, Timberlake e companhia limitada já têm algumas razões para aumentar a caixa de som e fazer ecoar as músicas do MySpace.

 

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