No estudo O Imperativo da Natureza, a Fundação Ellen MacArthur defende que para manter a biodiversidade do planeta é preciso mudar o modelo econômico vigente. Luisa Santiago, líder da entidade na América Latina, falou à coluna.

O PROBLEMA
“Hoje se estima que o impacto da extração e do processamento de recursos naturais na perda da biodiversidade é de 90%. Nossa proposta é que o mundo olhe o problema da perda de espécies da fauna e flora não como uma questão de conservação, mas como resultado de um modelo linear de produção e consumo. Modelo esse que é absurdamente extrativo e dispendioso”.

NOVO MODELO
“O caminho que apontamos é a economia circular. Neste modelo, ao manter na economia tudo aquilo que já foi extraído da natureza, abrimos espaço para que a ela prospere. Essa nova maneira de produção é sustentada por três princípios: eliminar resíduos e poluição; circular materiais e produtos; e regenerar a natureza”.

AGENTES
“No estudo fazemos um chamado a empresas e formuladores de políticas públicas para aplicarem essa nova lógica. São eles que precisam incorporar essa nova maneira de fazer nas estratégias e no centro do desenvolvimento econômico”.

O CONSUMIDOR
“A narrativa de que o consumidor tem o poder na transição para uma economia circular é perversa porque tira o foco no que, de fato, precisa acontecer que é o redesenho do sistema”.

(Nota publicada na edição 1275 da Revista Dinheiro)