25/04/2014 - 20:00
Nos últimos dez anos, a energia eólica, produzida a partir da força dos ventos, vem ganhando espaço na matriz energética do País. Mas nada se compara ao que Furnas, estatal do setor elétrico ligada à Eletrobras, está fazendo. Até 2018, a empresa promete investir R$ 5 bilhões na construção de 51 parques eólicos pelo Brasil afora. Três deles acabam de entrar em operação. Suas 112 turbinas estão situadas no Rio Grande do Norte e possuem capacidade instalada de 187,04 megawatts, o suficiente para abastecer 206 mil residências durante um ano. A meta é fazer com que as fontes alternativas, incluindo a solar e a energia das marés, representem 20% da capacidade de geração, até 2022.
Nesses parques eólicos a estatal atua em parceria com a JMalucelli Energia e a Eletronorte, também subsidiária da Eletrobras, por meio de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). De acordo com Flavio Decat, presidente de Furnas, a adoção desse instrumento permite ampliar sua competitividade. “Como estatal, temos de cumprir determinados regulamentos, como a lei de concorrências, que reduzem nossa agilidade”, afirma. No total, os projetos eólicos já contratados devem garantir uma receita anual de R$ 600 milhões à empresa, levando-se em conta os valores estimados em dezembro de 2013.
Volume ainda simbólico tratando-se de um gigante que controla 17 hidrelétricas e duas termelétricas e conta com cerca de 24 mil quilômetros de linhas de transmissão, e cuja receita operacional líquida atingiu R$ 4,29 bilhões em 2013. Contudo, expressivo o bastante para dar um grande empurrão nessa modalidade de geração de energia. De acordo com Decat, além do esforço para se tornar um protagonista no segmento de renováveis, a ambição de Furnas é se firmar como uma provedora de soluções de gestão e de tecnologia para o setor elétrico, no Brasil e no Exterior.
Na prática, isso quer dizer que Furnas usará a experiência de seus 57 anos para atuar, também, como consultora. O plano estratégico desenhado por Decat para o futuro da companhia prevê, ainda, um forte protagonismo como desenvolvedora e produtora de equipamentos. Para isso, foi assinado um acordo com a Coppe, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para pesquisa e fabricação de turbinas geradoras de energia das marés. O protótipo será instalado a 100 metros da costa do Rio de Janeiro. “Queremos nos tornar uma empresa cada vez mais sustentável e reconhecida por sua capacitação tecnológica”, afirma Decat.