07/02/2014 - 21:00
Enquanto a Câmara dos Vereadores da Cidade do México debate se vai seguir o exemplo dos Estados de Sonora e Vera Cruz e banir as touradas, outros touros chegam à capital mexicana. São os chamados bulls, investidores confiantes nas boas perspectivas depois de um ano de profundas reformas econômicas, e isso inclui muitos brasileiros. A lista de recém-chegados conta com nomes como André Esteves, do BTG Pactual, que inaugurou sua corretora mexicana no dia 30 de janeiro, passa por Maurizio Billi, da farmacêutica Eurofarma, e chega em Belarmino Iglesias Filho, presidente do grupo Rubaiyat, que inaugurou sua primeira unidade mexicana na quarta-feira 5. “O México é um mercado extremamente promissor, tanto pela pujança da economia quanto pelas afinidades culturais com os brasileiros”, diz Iglesias.
Dois motivos animam os touros. Um deles são as consequências positivas da modernização da economia. “Ao longo dos últimos 18 meses, o governo mexicano fez reformas que estavam emperradas havia décadas”, diz Will Landers, sócio responsável pela gestão de fundos dedicados à América Latina da empresa americana BlackRock. “Foram alteradas a legislação trabalhista e a da educação, além de novos marcos regulatórios nos setores de educação, de energia, financeiro e de telecomunicações, que vão propiciar mais competitividade da economia”, diz Landers. Não por acaso, na quinta-feira 5, a agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating soberano do México para A3, com perspectiva estável.
Belarmino Iglesias Filho presidente do grupo Rubaiyat: “O México
é um mercado promissor, tanto pela pujança da economia quanto
pelas afinidades culturais com os brasileiros.”
Para comparar, a nota brasileira é Baa3, três degraus abaixo. Outro foco de atração irresistível é a vizinhança. Fronteiriço com os Estados Unidos e com fortes vínculos com a comunidade hispânica vivendo ao norte do Rio Grande, o México é uma excelente plataforma de lançamento para empresas brasileiras de olho no maior PIB do mundo. “Nossa estratégia de internacionalização está alinhada com a trajetória de crescimento das economias latino-americanas e com o crescente fluxo de investimentos entre os países da região”, disse Esteves durante a abertura do pregão na Bolsa Mexicana de Valores (BMV). A unidade mexicana do BTG também vai permitir o acesso de investidores a oportunidades na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos.