09/11/2011 - 21:00
Desde a abertura do setor petrolífero, em 1995, o Brasil vem sendo cortejado por empresas de diversos países. A mais recente delas é a russa TNK-BP, gigante global com receita de US$ 44,6 bilhões. Na terça-feira 1º, a direção da companhia anunciou oficialmente o desembolso de US$ 1 bilhão na compra de 45% dos direitos de exploração de 21 blocos situados na bacia do rio Solimões, no Amazonas, pertencentes à brasileira HRT Participações, do empresário carioca Márcio Rocha Mello. O investimento global deverá chegar a US$ 5 bilhões, em dez anos, dependendo da quantidade de óleo extraído.
Sem brincadeira: Dodds (acima), da TNK-BP, e Mello, da HRT, representados por uma matrioska, tradicional brinquedo russo
O desembarque russo no Brasil acontece em um momento de grande indefinição neste segmento no País. A demora na aprovação do sistema de partilha do petróleo extraído na camada de pré-sal fez com que a Agência Nacional de Petróleo suspendesse novos leilões de concessão. O último ocorreu em 2008. Com isso, quem tem pressa de operar no País tem de comprar ou se associar a grupos existentes. Foi o que fizeram as chinesas Sinopec e Sinochem, que, em duas transações isoladas, investiram um total de US$ 11,1 bilhões para comprar ativos de quem já atua localmente. Para os russos, a temporada de parcerias por aqui está apenas começando.
“A prioridade é olhar para negócios que já temos e garantir que sejam desenvolvidos da melhor maneira possível”, disse Alexander Dodds, vice-presidente da TNK-BP, em passagem pelo Rio de Janeiro. “Mas teremos interesse em analisar todos os ativos que façam sentido para nossa companhia.” Apesar de pouco conhecida para quem não é do ramo, a TNK-BP é uma potência. Controlada por um grupo de empresários russos em associação com a britânica British Petroleum, a TNK-BP figura entre as dez maiores empresas do setor no mundo – excluindo-se as estatais. Sua produção é de 1,78 milhão de barris de petróleo por dia. A expansão para além das fronteiras da Europa se deve à necessidade de reduzir a dependência das frágeis economias do continente.