27/06/2012 - 21:00
Todo país com uma moeda forte tem um banco central poderoso, capaz de executar uma política monetária que proteja o poder de compra da população contra a alta da inflação e, ao mesmo tempo, mantenha as melhores condições possíveis para o crescimento sustentado da economia. No Brasil dos últimos 18 anos, desde que o real entrou em circulação e debelou a hiperinflação, o Banco Central foi peça-chave na luta pela estabilidade econômica – e ainda é. Para discutir esse papel no passado recente e no futuro, a DINHEIRO realizou o seminário “Guardiões da Estabilidade” e reuniu em São Paulo, na terça-feira 19, quatro ex-presidentes do BC – Persio Arida, Gustavo Franco, Armínio Fraga e Henrique Meirelles – e o atual, Alexandre Tombini. O evento faz parte das comemorações dos 15 anos da revista, lançada pela Editora Três em 1997 e até hoje a única semanal de economia e negócios do País.
Encontro de notáveis: da esquerda para a direita, Persio Arida, Gustavo Franco, Alexandre Tombini,
Armínio Fraga e Henrique Meirelles.
Cerca de 400 executivos e presidentes de bancos e empresas participaram do debate e discutiram os rumos da economia brasileira, como o leitor poderá conferir nas reportagens das próximas páginas e no site da DINHEIRO na internet, inclusive com entrevistas exclusivas em vídeo. “Foi uma oportunidade única e um grande privilégio encontrar e ouvir no mesmo dia quatro ex-presidentes do Banco Central”, diz Juan Manuel Hoyos, vice-presidente do Banco Santander. “Se o Brasil alcançou uma condição econômica tão avançada como a atual, certamente essa história de sucesso se deve muito a eles.” Graças, também, ao êxito dos guardiões da moeda, o País encontra-se em uma posição privilegiada em plena crise de confiança na economia global. Mas, como alertaram os ex-presidentes do BC, ainda há muito trabalho pela frente para garantir a estabilidade para as próximas décadas. Leia, a seguir, os principais pontos das palestras de cada um e do debate histórico.
PERSIO ARIDA
Os primeiros passos do Real
Persio Arida enfrentou a falta de confiança no novo padrão monetário nos primórdios da nova moeda.
Persio Arida, um dos principais formuladores do plano Real, lembrou, durante o seminário “Guardiões da Estabilidade”, das dificuldades para debelar a inflação quando o modelo macroeconômico ainda estava sendo definido. “O desafio não era encontrar apoio popular para o projeto de estabilidade, mas criar apoio dentro do próprio governo para criar as condições de sustentação desse novo modelo”, lembrou Arida, que sucedeu Pedro Malan na presidência do BC, em janeiro de 1995. Depois de tantas tentativas malsucedidas de controlar a inflação, a esperança da estabilidade não podia ser frustrada novamente, afirmou o ex-presidente. “O problema básico do Brasil nos primórdios do plano Real era criar confiança no novo padrão monetário.” Com endividamento externo alto e um sistema financeiro fragilizado pela mudança da moeda, o País teve de tourear um ataque especulativo decorrente da crise da economia do México em 1994.
“Na época, as reservas não chegavam a US$ 30 bilhões e, em três dias, perdemos US$ 14 bilhões”, disse Arida, que hoje é sócio do banco BTG Pactual. Muita coisa mudou desde então. Só de reservas cambiais, o País acumula US$ 373,9 bilhões. Os bancos, atualmente, estão mais sólidos, e o País usufrui de credibilidade internacional. “Hoje podemos ter problemas específicos aqui e ali, em banco de menor porte, mas claramente não temos o perigo que existia em 1995 de um desajuste no setor bancário que ameaçasse a estabilidade financeira”, afirmou.Mesmo assim, observou Arida, ainda há uma falta tácita de confiança quando o assunto é taxa de juros. “É a ideia de que, se os juros não forem muito altos, não vale a pena manter aplicações no mercado”, conclui. Eis um novo desafio que o País deve enfrentar daqui em diante.
“Somos uma economia em ascensão”
O governo deve priorizar o estímulo ao consumo ou ao investimento?
O estímulo excessivo, tanto numa direção quanto na outra, não é o ideal. Toda vez que um governo tenta provocar uma rápida desinflação, como em 2011, ou um rápido crescimento, como agora, gera enorme volatilidade na economia.
A redução dos juros é coerente com o atual cenário?
Gosto muito da trajetória atual do Banco Central. É difícil prever se esse processo de redução dos juros vai continuar, mas, aproveitar a desaceleração da economia para aumentar a convergência dos juros com os níveis internacionais é uma boa medida.
Como o sr. vê o Brasil nos próximos 15 anos?
O Brasil é uma economia em ascensão no cenário internacional e os brasileiros são tradicionalmente otimistas sobre o futuro. Eu também sou. Mas há uma fonte de preocupação com o longo prazo. Desde o início do Plano Real, o Brasil tem se beneficiado de fatores que ainda têm um fôlego, mas vão acabar: desde 1994, a taxa de juros real tem caído; e o crédito, aumentado. É o chamado bônus demográfico, ou seja, temos um país jovem. A boa notícia é que esses dois fatores ainda vão nos ajudar. O lado preocupante é que o crescimento tem sido relativamente baixo, a despeito desses fatores.
E quando não houver esses fatores?
Daqui a 15 anos, com uma população mais velha e juros e crédito em níveis internacionais, o Brasil terá de crescer sem a ajuda desses dois fatores. Suspeito que o crescimento será baixo. Agora, se quisermos ter um crescimento sustentável, é necessário fazer reformas estruturais, diminuir o tamanho do Estado e dos gastos públicos.
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GUSTAVO FRANCO
Juros, outra patologia brasileira
Gustavo Franco enxerga no esforço para reduzir a taxa Selic o mesmo movimento visto para debelar a inflação.
Durante os últimos seis meses da vigência do cruzeiro real, a moeda que sairia de cena para dar lugar ao real, a inflação bateu os 7.260%. Foi nesse cenário que o plano Real entrou em cena, em julho de 1994, com uma moeda forte que começava a sua história valendo o equivalente a US$ 1. Era o início do fim de uma verdadeira deformação econômica. Mas o processo de reconhecimento dessa nova etapa levou cerca de quatro anos, lembrou Gustavo Franco, que ocupou a presidência do Banco Central entre 1997 e 1999, quando o regime de câmbio era fixo. “Não foi uma transformação que nos colocou rapidamente na situação em que estamos hoje”, afirmou. “Nos primeiros 12 meses do real, a inflação foi de 33%.” Somente em 1998, o dragão foi domado, quando o IPCA chegou a 1,7%. Nasceram, nesse período, as bases da política monetária, seguida até hoje. “O tripé original dessa política é responsabildade fiscal, moeda sadia e cidadania global”, disse Franco, nascido no Rio de Janeiro e sócio da gestora Rio Bravo Investimentos.
Com diretrizes claras, o BC criou ao sistema de metas de inflação e flexibilizou o câmbio, seguindo um caminho árduo até eliminar o vício inflacionário. Hoje, o ex-presidente do BC diz enxergar no debate persistente sobre o tema da redução de juros obstinação semelhante à que houve, há 18 anos, contra o dragão da inflação. No entanto, segundo ele, é preciso ambicionar alto, e almejar deixar para trás a atual Selic de 8,5% até chegar a juros de 5% ao ano. “Atualmente há limites fiscais para a redução de juros em razão do endividamento elevado e de um superávit primário pequeno”, disse. O desafio, portanto, é mudar a cultura, tanto do governo, para que administre melhor seus gastos, como do setor privado, que deverá aprender a captar recursos no mercado. “As empresas olharão a alavancagem financeira não mais como o beijo da morte, mas como um caminho para investir em desenvolvimento”, afirmou.
“Governo deve estimular, e não forçar investimentos”
Como o sr. avalia o atual momento da economia brasileira?
Diante das incertezas da economia mundial, caminha bem. O País está com uma conjuntura macroeconômica que dará condições para a economia avançar em breve.
Se caminha bem, por que parou de crescer?
O problema está no baixo investimento. Enquanto a China investe 45% do PIB, e a Coreia do Sul 33%, aqui se investe 19%.
O governo faz bem em tomar medidas que forcem as empresas a investir no País, como é o caso do aumento do IPI para carros importados?
A intenção é boa, mas o governo está no caminho errado. Não vivemos em uma economia socialista. O verbo do governo não deveria ser “forçar”, mas “estimular” o investimento privado. Se as empresas tiverem um clima favorável aos negócios, elas investirão naturalmente.
Se o investimento subir, o Brasil voltará a crescer a um ritmo semelhante ao de 2010, acima de 7%?
Pode ser. O problema é que nem o governo consegue fazer os investimentos que planeja. As contas fiscais travam o investimento. Um País que investe tão pouco e que tem tantos gastos sociais não pode querer crescer forçando as empresas a se descapitalizar. Um governo mais simpático ajudaria a estimular o investimento, sem esperar que a Europa solucione seus problemas.
O BC perdeu a autonomia?
O BC ainda não perdeu a autonomia porque o sistema de metas de inflação está mantido. O fato inquestionável é que o BC está muito mais convergente às questões políticas, o que antes não se via. Essa convergência soa como uma interferência do governo, mas não vejo dessa forma.
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ARMÍNIO FRAGA
Revisão de metas rumo ao crescimento
Armínio Fraga aponta para a necessidade de poupar e investir a fim de garantir uma expansão consistente do PIB.
A estabilidade da moeda garantiu as condições necessárias para o progresso e desenvolvimento do Brasil, mas ela sozinha não é suficiente. “É preciso zelar para que o País, como um todo, poupe e invista, e o faça bem, pois a economia que investe mal não cresce”, afirmou o carioca Armínio Fraga durante o seminário “Guardiões da Estabilidade”. Sócio da Gávea Investimentos, ele presidiu o BC entre 1999 e 2003. Para Fraga, fortalecer a atividade econômica é um caminho decisivo, num momento de enorme incerteza mundial, e uma percepção de que há uma perda muito grande de estabilidade no núcleo do sistema global. “Vivemos um momento dificílimo, mas o esforço dos que passaram pelo BC até aqui não foi em vão: temos condições de administrar essa confusão e, quando tudo se acalmar no mundo, criarmos base para crescimento mais saudável e acelerado.”
É fato que o Brasil não terá o impulso do crescimento de 7,5%, visto em 2010, mas também não serão os 2% que começam a se definir neste ano. “Nossa realidade é de 3% a 4% anuais”, disse Fraga. Diante de um modelo esgotado no planeta, como ficou comprovado pela crise europeia, o papel do BC fica em evidência, principalmente quando começa a ser instado a ser indutor de crescimento. Para crescer, entretanto, é preciso investir e garantir eficiência em educação e que o BC, no fim das contas, “não atrapalhe”, recomendou Fraga. Na batalha pela derrubada dos juros, acredita, o Brasil terá ainda de encarar uma revisão da meta inflacionária, hoje de 4,5% ao ano. “Se o objetivo é ter mais segurança e qualidade do ambiente econômico, teremos de reduzir esse patamar.” Outra mudança que o País precisa encarar é a redução da dívida bruta em relação ao PIB, hoje na casa dos 60%.“Deveríamos ir além e considerar no governo um limite para endividamento bruto”, afirmou.
“O BC continua acertando”
A desaceleração do crescimento preocupa?
O crescimento reduzido, de 2% no primeiro trimestre não assusta, pois não mostra uma fragilidade da economia brasileira. O mundo todo está vivendo um momento complicado, e isso tem reflexos por aqui.
Como estimular o crescimento?
Se o Brasil quiser crescer 4%, com folga, é preciso investir mais, não apenas na infraestrutura, como também em educação, ciência e tecnologia. Não esqueçamos que esses momentos de desaceleração fazem parte da natureza cíclica da economia.
A política econômica é adequada para isso?
O BC acertou ao reduzir os juros, em meados do ano passado, prevendo a desaceleração internacional. O primeiro corte surpreendeu, pois ainda não havia a percepção de que a situação lá fora estava tão complicada. Mas o BC agiu corretamente e continua acertando.
Os juros devem continuar caindo?
Não se descarta a hipótese de cortes ainda maiores dos juros, pois a crise global vem afetando as expectativas. Os prognósticos do mercado convergem com o cenário do BC. Em 2011, a inflação foi de 6,5%, e deve ficar um pouco abaixo de 5%, neste ano, o que permite novos cortes de taxas.
E o cenário internacional?
Deve levar algum tempo para que isso se resolva. A situação é muito séria.
Isso pode afetar os fluxos de recursos para o Brasil?
Sim, mas será algo pouco profundo. A situação, hoje, é muito mais sólida do que no passado. O País conta com reservas abundantes, tornou-se credor do FMI. Há menos preocupação do que no passado.
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HENRIQUE MEIRELLES
Como passar da estabilidade à produtividade
Henrique Meirelles observa que o bônus de empregos dos últimos anos dá sinais de esgotamento.
Ares de mudanças estão varrendo o mundo e gerando metamorfoses de modelos econômicos em todo o planeta. De um lado, os Estados Unidos abandonam a cartilha do crédito abundante e da expansão de consumo, e se voltam novamente à poupança e ao investimento, inclusive mirando a reindustrialização, baseada em empreendimentos de alta tecnologia. Do outro, a China assimila a necessidade de aparar arestas em sua política de expansão, que vão além dos ajustes pontuais relativos à atual crise global. “O mundo todo caminha para ajustes mais profundos”, disse o engenheiro goiano Henrique Meirelles, que ocupou a presidência do Banco Central entre 2003 e 2010, no seminário “Guardiões da Estabilidade”. Em meio a esse cenário em mutação, o Brasil ainda se beneficia do bônus da estabilidade dos últimos anos, que garantiu crescimento sustentável, com geração de emprego e expansão de crédito.
Também usufrui do bônus demográfico, que colocou à disposição do mercado de trabalho uma ampla população jovem. Essa alta capacidade de geração de vagas, que derrubou a taxa de desemprego de 13%, em 2003, para 6%, neste ano, começa a atingir seus limites. A expansão econômica eleva salários e os custos da infraestrutura. Dessa forma, o País se vê diante de um novo desafio. “Entramos na era da produtividade”, afirmou Meirelles, chairman do banco de investimento Lazard Americas e presidente do Conselho do grupo J&F. Essa transição poderá ser feita mediante um ajuste virtuoso, com ganhos de eficiência na produção das empresas e investimento maciço em infraestrutura e educação. Outro caminho é a desvalorização da moeda que, de fato, traz um alívio no curto prazo, mas adia o avanço do País. “Já vimos a agricultura e o setor mineral avançando com ganhos de produtividade”, lembrou ele. Agora, é a vez de toda a economia brasileira assumir essa direção.
“Não há país imune à crise”
A crise nos Estados Unidos e na Europa pode prejudicar o crescimento do Brasil em 2012?
Certamente. A crise num país importante, do ponto de vista sistêmico, tende a prejudicar a todos os demais. O ano de 2008 foi um exemplo disso. Começou com uma crise nos Estados Unidos, que produziu reflexos muito sérios em todo o sistema financeiro internacional, e impactou nossa economia. A produção industrial brasileira chegou a cair 20%. No entanto, o Brasil tinha recursos para reagir e o fez de uma forma rápida, precisa e forte. Isso permitiu que saíssemos da crise mais forte do que entramos. Não há país imune à crise. É como uma grande epidemia de gripe.
A previsão de crescimento do PIB começou o ano em 4,5%. Hoje, o mercado estima uma expansão de 2,5%. Qual é a sua previsão?
A previsão do mercado é bastante razoável. Mas vamos aguardar a reação da economia e os resultados das medidas adotadas pelo governo. Ainda é prematuro avaliar.
O senhor acredita que as medidas adotadas pelo governo, de incentivo ao consumo, como em 2008, foram corretas?
Em 2008, as medidas mais fortes e agressivas eram, na realidade, de liquidez cambial e do restabelecimento do crédito para o consumo e investimento. Essa é uma parte importante da crise de 2008, que geralmente é esquecida: o ataque à questão de liquidez nos mercados internos e externos. Dito isso, vamos aguardar as medidas do governo. Acredito que qualquer medida precisa ser avaliada pelos resultados.
Mas elas estão na direção correta?
De novo, vamos aguardar os resultados.
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ALEXANDRE TOMBINI
Prontos para a retomada
Alexandre Tombini projeta alta de 4% do PIB para o último trimestre deste ano, com mais emprego e renda.
O atual presidente do Banco Central, o gaúcho de Porto Alegre Alexandre Tombini, fechou o evento “Guardiões da Estabilidade” com uma mensagem otimista sobre o desempenho da economia neste ano. Segundo ele, o crescimento econômico irá se acelerar ao longo dos próximos trimestres. “De acordo com estimativas do próprio mercado, uma visão com a qual eu compartilho, no quarto trimestre de 2012 o Brasil estará crescendo a um ritmo de 4% na comparação com igual período de 2011”, afirmou o presidente do BC do governo Dilma. “E crescerá acima de 4,5% no primeiro semestre de 2013, na mesma base de comparação.” Sua projeção está amparada na inércia positiva provocada pela geração de emprego e renda com a expansão do crédito e o destaque que o Brasil ganhou no cenário internacional, atraindo investimentos produtivos. “Nos últimos doze meses, foram criados quase 1,4 milhão de novos postos de trabalho e a renda continua em ascensão”, disse Tombini.
Nesse mesmo período, a massa real de salários avançou 5%, o que gera uma combinação virtuosa para ampliar o consumo interno. “É exatamente o consumo que dará propagação ao crescimento”, afirma Tombini. Embora reconheça que o cenário internacional continua “desafiador”, a letargia da atividade econômica nos Estados Unidos, os problemas da Europa e a desaceleração da China vão representar para o Brasil um impacto neutro ou “desinflacionário”, com a menor pressão sobre os preços no País. A redução contínua dos juros, promovida pelo Banco Central e a flexibilização das regras de recolhimentos compulsórios já melhoraram as condições de liquidez do sistema financeiro. “As taxas de juros aos tomadores finais e os spreads bancários estão em queda, melhorando as condições de financiamento e refinanciamento das famílias e empresas”, garantiu.
“Esta crise não é nossa”
Seus antecessores enfrentaram turbulências internacionais, que pareciam intransponíveis e paralisaram o País. Hoje, ao mesmo tempo em que adota medidas populares, como a redução de juros, o BC enfrenta a situação europeia…
Essa crise não é nossa, é deles. Temos de fazer o que fazemos, nos prepararmos sempre para ter condições de agir caso ela piore e continuar com nossa atual política econômica.
Qual seria essa política?
A inflação estabilizada, o crescimento sustentável, explorando o potencial de crescimento econômico do Brasil e da estabilidade.
O País garantiu um grande mercado de consumo nos últimos anos. Mas como é possível trabalhar para ampliar o investimento produtivo?
Aumentamos o investimento público, que funciona como um indutor do investimento privado. O próprio crescimento do consumo sustentável – que está ocorrendo e vai continuar – é um incentivo para que o investimento acompanhe essa expansão. São variáveis econômicas interligadas.
Os agentes do setor privado estão fazendo uma aposta na recuperação, a partir do segundo semestre. Já há sinais de que estamos retomando a atividade?
Nós não fazemos apostas. Sabemos que há defasagem em torno das políticas e seus efeitos na ponta. Mas, na nossa visão, e concordamos, inclusive, com os analistas do mercado, a economia pegará velocidade ao longo do segundo semestre deste ano.
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O Brasil em debate
Ex-presidentes do Banco Central levantam os principais desafios que o País precisa enfrentar para aumentar sua capacidade de crescimento.
Perguntas e respostas: (da esq. para a dir.) Milton Gamez, diretor de redação da DINHEIRO, e o colunista Guilherme Barros
mediaram o debate com Persio Arida, Gustavo Franco, Armínio Fraga e Henrique Meirelles.