Em dezembro de 2015, o bilionário fundador da Microsoft, Bill Gates, viajou para a França para participar da Conferência do Clima em Paris. Ao encontrar o presidente francês, François Hollande, no Palácio Champs Élysées, Gates foi direto ao ponto. “A inovação no setor de energia deveria estar no topo da discussão da mudança climática”, disse, após cumprimentar Hollande. A mensagem de Gates foi aplaudida, mas não ecoou entre os principais líderes políticos do mundo. Como de costume, o dono da Microsoft arregaçou as mangas e foi procurar sua turma.

Doze meses depois, na segunda-feira 12, o bilionário anunciou a coalizão Breakthrough Energy. Ele criou um fundo de US$ 1 bilhão para investir no desenvolvimento e na aceleração de tecnologias disruptivas voltadas à emissão zero de carbono, em todo o mundo. “Detectamos uma lacuna no financiamento de novas tecnologias para baratear o custo de energias limpas”, disse Gates, ao anunciar o lançamento. A iniciativa reúne 20 sobrenomes de peso, cujas fortunas, combinadas, superam US$ 300 bilhões, de acordo com a revista Forbes. Entre os participantes estão os fundadores de alguns dos maiores ícones do Vale do Silício.

Estão lá Mark Zuckerberg, criador do Facebook, e sua mulher, Priscilla Chan, ao lado de Jeff Bezos, da Amazon, de Reid Hoffman, do LinkedIn e de Marc Benioff, da Salesforce. Participam também da coalizão o megainvestidor George Soros e Richard Branson, da Virgin. A indústria de venture capital está representada por John Doerr, do Kleiner Perkins Caufield & Byers, e pelo indiano Vinod Khosla, cuja companhia leva seu sobrenome. Também estão lá gestores de fundos de hedge como Ray Dalio, lendário fundador do Bridgewater Associates, Julian Robertson, do Tiger, e Neil Shen, fundador do Sequoia Capital. Entre os participantes estão Jack Ma, do Alibaba, o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, que ficou conhecido ao processar a revista Forbes por difamação, quando a publicação informou que sua fortuna era de “apenas” US$ 20 bilhões.

Também juntaram-se ao barco Masayoshi Son, fundador da empresa japonesa de internet e telecomunicações SoftBank, Mukesh Ambani, dono da Reliance Industries, a maior empresa indiana, e Aliko Dangote, homem mais rico da África, assim como Hasso Plater, da SAP. Entre as candidatas a receber dinheiro para acelerar seu crescimento estão as áreas de energia elétrica, transporte, agricultura, fabricação de alimentos e bebidas, e o setor de construção. Previsto para durar 20 anos e com foco em investimentos de longo prazo, o Breakthrough Energy deve anunciar seu corpo técnico em breve. Esses especialistas serão responsáveis por analisar os investimentos. Uma coisa já se sabe: dinheiro não é problema.

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Bilhões na mesa

A fortuna pessoal dos amigos de Bill Gates

• Jeff Bezos: US$ 67 bilhões
• Mark Zuckerberg: US$ 55 bilhões
• George Soros: US$ 25 bilhões
• Jack Ma: US$ 28,2 bilhões 
• Alwaleed Bin Talal: mais de US$ 20 bilhões
• Richard Branson: US$ 5 bilhões