Conhecidos por torcerem pela vitória dos campeões e pela derrota dos lanterninhas, os fundos long & short costumam se beneficiar de momentos de volatilidade do mercado, como aconteceu em 2013. Nesses fundos, parte da carteira assume uma estratégia comprada em (long), que ganha com a alta dos preços, ao passo que a parcela restante assume uma posição vendida (short), procurando ganhar com a queda das ações. Entre os fundos long & short neutros, que não apostam em nenhuma direção para a bolsa, a melhor relação entre risco e retorno foi a do Long Short 30, da gestora carioca ARX Investimentos. 

 

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Nazaré, Palestina: o futebol palestino cresceu após um acordo com israel

que permitiu o intercâmbio de jogadores

 

O CEO José Tovar explica que grande parte do sucesso do fundo se deve à aposta nas ações da BB Seguridade. “É uma companhia rentável e com boa perspectiva”, diz Tovar. O fundo também comprou papéis de outra estrela ligada ao setor financeiro, a processadora de transações eletrônicas Cielo. Segundo Tovar, a Cielo pertence a um segmento que vem crescendo em todo o mundo e cujo avanço no Brasil tem sido acelerado. “Embora o ambiente dessa empresa seja competitivo, é uma disputa saudável.” Outro neutro com bom desempenho foi o Ashmore Brasil Long Short. De acordo com o gestor Guilherme Mazzilli, a estratégia foi comprar ações de educação e vender saúde. 

 

Uma das apostas são as empresas que exportam

e têm receitas em dólar

 

“As empresas do setor de saúde passam por um momento difícil devido à concorrência acirrada, mas as instituições de ensino contam com incentivos do governo e o número de alunos é crescente”, afirma. Diferentemente dos neutros, os fundos long & short direcionais apostam em uma trajetória para a bolsa. Um dos mais rentáveis foi o BBM Equity Hedge, da gestora carioca BBM, que teve retorno de 11,64%, em 12 meses. Segundo Bernardo Gomes, gestor do fundo, a estratégia foi, desde os primeiros meses de 2013, apostar em ações de empresas exportadoras que seriam beneficiadas pela alta do dólar. 

 

“Os sinais de recuperação da economia americana e as surpresas positivas com a China, que mostrou dados melhores, nos ajudaram a identificar esse movimento de alta da moeda”, diz Gomes. A BBM alterou pouco a estratégia no segundo semestre, mas diversificou a carteira comprando ações de empresas de educação e outras voltadas ao mercado interno. Outro fundo direcional bem-sucedido foi o Bozano Equity Hedge, que rendeu 11,69% em 12 meses. Segundo o gestor Regis Abreu, a estratégia foi comprar ações de bancos e vender papéis ligados ao consumo. “Os bancos melhoraram suas carteiras de crédito em 2013 e continuaram como papéis interessantes. Já o setor de consumo vem apresentando um crescimento menos expressivo”, diz. 

 

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