30/10/2015 - 20:00
Nos últimos anos, sempre que a situação fiscal do País apertou, o governo federal tomou a decisão de cortar investimentos. Decisão errada, diga-se. Além de prejudicar a economia, a pisada no freio paralisa as obras de infraestrutura e deixa à míngua as empreiteiras que dependem do setor público. Neste cenário, diversificar a carteira de clientes, reduzindo a participação das obras públicas, foi o caminho encontrado pela Pelicano Construções, com sede no município de Serra, na Grande Vitória (ES).
A empresa familiar orgulha-se de ter 80% do seu faturamento, de cerca de R$ 270 milhões, oriundo de contratos com empresas privadas do porte de Vale, CSN, Alcoa, MRS e Fibria. “Esse é o melhor caminho”, diz Fernando Furtado Ribeiro, diretor-geral da empreiteira, que tinha apenas oito anos quando o seu pai fundou a Pelicano, em 1980. Vencedora do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET, a empreiteira não para de investir.
“Há 18 meses, tomamos a decisão de importar quatro máquinas pesadas”, diz Ribeiro. “Eu só não contava com a alta do euro.” A Pelicano atua nos segmentos de ferrovias, rodovias, saneamento, barragens e áreas industriais e urbanas. Atualmente, tem como principal fonte de receita um contrato de cerca de R$ 400 milhões com a mineradora Vale para duplicar a Estrada de Ferro Carajás.
Somente nesta obra, são oito pontes, três viadutos e 70 quilômetros de ferrovia a serem construídos até 2017. Apesar dos bons resultados, o atual momento do País preocupa a direção da empresa. “A causa é mais política do que econômica”, avalia Ribeiro, que aguarda dias melhores. “Quando a recessão passar, a operação Lava Jato vai gerar oportunidades para as empreiteiras de médio porte.”
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