07/12/2011 - 21:00
Em agosto, em um comunicado ao mercado, a HP afirmou que cogitava separar sua divisão de computadores pessoais do resto da empresa. Para o então CEO da companhia, Leo Apotheker, a melhor estratégia era apostar nos lucrativos setores de serviços e software, em vez de investir na área de hardware, na qual a concorrência é grande e as margens de lucro são pequenas. O mercado e o conselho da companhia, no entanto, pensavam de forma diferente. Afinal, a HP não poderia desistir da noite para o dia de uma área responsável por um terço de seu faturamento e que, sozinha, seria uma das 100 maiores empresas dos Estados Unidos, com faturamento superior a US$ 40 bilhões.
Para desfazer a trapalhada de Apotheker, a HP decidiu substituí-lo por Meg Whitman, ex-presidente do eBay, que teve como primeira missão anunciar que a gigante da tecnologia manteria intacta sua área de PCs. A reviravolta não parou por aí. Agora, a HP reforça seu compromisso com o segmento de computadores com o lançamento de uma linha de equipamentos construída com a nova queridinha do mercado: a tecnologia 3D. Diversos novos notebooks da empresa contam com telas que reproduzem imagens em três dimensões. Além disso, trazem câmeras de alta definição que são capazes de registrar vídeos em 3D. Assim, os usuários de videoconferência também podem aproveitar o novo recurso. O modelo mais avançado conta com uma tela de 17,3 polegadas. Mas não é só com a imagem que a empresa se preocupa. Outro grande destaque dos lançamentos da HP é a parceria exclusiva com a fabricante de fones de ouvido Beats Dr. Dre.
Juntas, as duas companhias desenvolveram um sistema de áudio que promete ser capaz de reproduzir frequências inaudíveis em outros aparelhos. Com os lançamentos, a HP mostra o comprometimento com o setor que cogitou abandonar. Por outro lado, a nova linha de produtos deixa a empresa mais competitiva em um mercado que vê o surgimento constante de tecnologias, como a dos tablets. Segundo a consultoria americana IDC, apesar de ainda não estarem substituindo os PCs, as tábuas digitais provocaram uma “distração” nos consumidores, que, por isso, adiam a troca de seus computadores. Como consequência, o segmento registra crescimento abaixo do esperado. Em relação aos rivais, a HP, apesar de não ter perdido mercado no último trimestre e continuar líder, precisa ficar atenta ao forte avanço da chinesa Lenovo, que, no mesmo período, registrou alta de 36% nas vendas.
De Miami