17/06/2016 - 20:00
É cada vez mais comum ver placas de “facilite o troco, utilize suas moedas” em estabelecimentos comerciais pelo Brasil. Há motivos para essa procura. O Banco Central (BC) fez um corte de custos e a Casa da Moeda diminuiu a fabricação de moedas. Em 2014, foram produzidas cerca de 2 bilhões, de todos os valores. A quantidade foi reduzida para menos da metade em 2015. Contribui com essa penúria dos comerciantes o hábito dos consumidores deixarem suas moedas em casa. Em 2012, no auge de uma campanha do BC de incentivo ao uso, foi contabilizado que quase 30% das moedas estavam fora de circulação, algo como R$ 500 milhões. Os Jogos Olímpicos Rio 2016 devem intensificar esse costume com o lançamento das moedas comemorativas. “Mais que dinheiro, as moedas Olímpicas são um registro histórico do evento que tivemos no País”, diz Sylmara Multini, gerente-geral dos produtos licenciados dos Jogos Rio 2016.
Até o final da disputa esportiva serão fabricadas 320 milhões de moedas, com valor de face de R$ 1. Essas moedas, consideradas comuns, têm 12 estampas diferentes. Os mascotes Vinícius e Tom e 10 modalidades esportivas, como vôlei, boxe, judô, natação, além dos paralímpicos. O BC afirma que cerca de 225 milhões já foram colocadas em circulação. Além delas, foram confeccionadas peças para colecionadores, que carregam um valor simbólico de R$ 10 em sua face. Mas, as quase 25 mil moedas de prata e cinco mil de ouro serão vendidas por R$ 195 e R$ 1.180, respectivamente, no site do Banco do Brasil. A expectativa é que essas moedas sejam adquiridas por colecionadores estrangeiros. Há grande interesse de asiáticos, como chineses e japoneses, e europeus, como alemães e portugueses. “Estima-se que 60% das moedas de colecionadores sejam exportadas e 40% fiquem no Brasil”, diz João Sidney de Figueiredo Filho, chefe do Departamento do Meio Circulante do BC.
As moedas comemorativas passaram a ser parte obrigatória das cidades-sede das Olimpíadas. Desde os Jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia, em 1952, a ideia do Comitê é inserir toda a população no clima esportivo. Como uma minoria consegue assistir as competições, as moedas foram consideradas o souvenir mais adequado.
O custo líquido da homenagem é de R$ 112 milhões aos cofres públicos brasileiros.