17/10/2014 - 20:00
Há dois meses, o fundador e CEO da fabricante de câmeras radicais GoPro, Nick Woodman, curtia os louros da vitória na edição deste ano do prêmio de marketing Adweek Brand Genius, que foi realizada em Nova York. Ao lado de empresas como BMW e da franquia de lutas UFC, ele foi um dos grandes vencedores da noite. O sorridente Woodman, que posou para fotos com taças de champanhe, não sabia que receberia a maior bordoada da história da empresa pouco tempo depois.
Na terça-feira 14, o jornalista francês Jean-Louis Moncet, especializado em Fórmula 1, disse que o acidente que o heptacampeão mundial de F1, o alemão Michael Schumacher, sofreu em dezembro, enquanto esquiava nos Alpes franceses, pode ter sido agravado pela câmera GoPro, que estava presa em seu capacete e filmou toda a trágica queda. A afirmação, segundo Moncet, foi baseada em conversas com o filho de Schumacher, que se recupera em sua casa, na Suíça, embora pouco se saiba de seu real estado de saúde. Embora a informação não tenha sido confirmada, o rumor foi suficiente para que as ações da GoPro caíssem 20% em cinco dias, de US$ 93,85 para US$ 75,03, um baque de US$ 2,4 bilhões em valor de mercado.
Esse é o primeiro grande episódio negativo na história da empresa. Além da liderança do setor de câmeras de ação, em junho, a americana levantou US$ 427 milhões em sua oferta inicial pública de ações. Antes do rumor, a valorização era de quase 300% em relação ao IPO. Parte da má recepção do mercado pode ser creditada à forma com que a companhia resolveu enfrentar o diz que diz: ignorando-o. Mas, segundo a imprensa americana, Moncet está na mira de seu departamento jurídico. “Casos como esses requerem reação”, afirmou Alex Gauna, analista da agência americana JMP Securities.