15/02/2012 - 21:00
A palavra de um Sir é sempre considerada de honra. Mesmo se o cavalheiro em questão for conhecido por gostar de uma boa farra e de uma autopromoção extravagante, como se mostrar para a imprensa vestido de noiva, nu, saltando de paraquedas ou cercado de belas modelos. Afinal, o empresário e aventureiro Richard Branson, dono do grupo britânico Virgin e de uma fortuna de US$ 4,2 bilhões, costuma cumprir o que promete. Em abril do ano passado, ele afirmou com exclusividade à DINHEIRO que traria ao Brasil as suas operações de telefonia celular e de aviação.
A primeira parte da promessa já começou a ser cumprida. Na terça-feira 7, a Virgin Mobile anunciou que, em parceria com a paulista Datora Telecom, começará a vender serviços como uma operadora virtual de telefonia. A data de estreia ainda não foi confirmada. Globalmente, a Virgin é uma das pioneiras nesse negócio que se baseia em alugar espaço nas redes de operadoras já existentes, em vez de construir uma infraestrutura própria. “O mercado inglês de operadoras virtuais é o mais avançado do mundo”, afirma a analista Marceli Passoni, da consultoria britânica Informa Telecoms & Media.
“Muitas das pioneiras faliram porque tentaram competir por preço, mas a Virgin teve sucesso por se focar na oferta de planos diferenciados.” No Brasil, ela deve adotar a mesma postura, uma vez que o mercado é altamente massificado, com 242 milhões de celulares em uso por uma população de menos de 200 milhões de habitantes. O cliente-alvo será o que Branson, de 61 anos, costuma chamar de “youth and young at heart”, a juventude e os jovens de coração. “Os executivos da Virgin respiram inovação e agilidade”, diz Wilson Otero, CEO da Datora.
“Quando aparece uma barreira, eles tratam imediatamente de tirá-la do caminho.” No Brasil, as regras para as operadoras virtuais foram aprovadas há apenas um ano. Apenas três empresas possuem licenças da Agência Nacional de Telecomunicações: a francesa Sisteer, a Datora e a Porto Seguro. Esta última deve ser a primeira a chegar ao mercado. Ainda no primeiro semestre deste ano, a seguradora deve passar a oferecer celulares para os seus corretores de seguro e clientes, também em parceria com a Datora. Essas empresas vão disputar um mercado que deve atingir 6 milhões de usuários e movimentar R$ 3,5 bilhões em 2015.