Já dizia o empresário Gilson Grazziotin, no livro A arte do varejo (Ed. Senac SP): “no ato da compra já se inicia a venda”. A frase, que à primeira vista pode soar enigmática, ajuda a explicar a expansão do grupo varejista, dono de 308 lojas na região Sul do Brasil. A mensagem sugere que o comerciante – naturalmente focado em vender – invista tempo e estude bastante antes de decidir o que comprar e para quem comprar.

Essa é apenas uma das regras que vem norteando o grupo, fundado há 65 anos. Da região de Veneza, na Itália, o patriarca Valentin Grazziotin aportou em Caxias do Sul e, com um forte tino comercial, criou uma regra entre seus 12 filhos: cada vez que chegavam à maturidade e, desde que estivessem prontos para sair de casa, eles recebiam uma quantia em dinheiro para abrir um novo negócio, em outra cidade.

Os irmãos deveriam sair em dupla e eram obrigados a devolver o dinheiro emprestado pelo pai, para ajudar os outros integrantes da família. O sistema deu certo. Um dos negócios, que atuava no atacado e no varejo na cidade de Passo Fundo, não apenas vingou como não parou de prosperar. Surgia o embrião do grupo Grazziotin – vencedor do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET –, que hoje comanda quatro redes (Grazziotin, Pormenos, Tottal e Franco Giorgi), com lojas nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

No ano passado, a empresa, que conta com 2.400 funcionários, registrou uma receita líquida de R$ 419 milhões, valor 17% superior ao de 2013 (o comércio varejista no País cresceu apenas 8,5% no mesmo período). A galinha dos ovos foi a bandeira Pormenos. Com artigos de vestuário e para o lar, a rede voltada para o segmento popular representou metade do total das vendas no ano passado. Uma das prioridades em 2014 foi a qualificação das equipes nas lojas, além de um investimento de R$ 13,6 milhões na reforma das filiais.

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